Agência Panafricana de Notícias

Países da África Ocidental expostos às mudanças climáticas

Dakar- Senegal (PANA) -- Os países oeste-africanos têm uma exposição elevada às subidas futuras da temperatura ligadas às mudanças climáticas que pode afectar a sua produção haliêutica, afirmou quarta-feira em Dakar o coordenador do projecto Adaptação das Políticas de Pesca às Mudanças Climáticas na África Ocidental (APPECCAO), Cheikh Guèye.
A análise dos impactos das mudanças climáticas sobre a pesca indica que nos países semi-áridos da África Ocidental que partilham um litoral marítimo de seis mil e 69 quilómetros e uma zona económica exclusiva de mais de dois milhões de quilómetros quadrados "uma exposição elevada à subida das temperaturas pode afectar as precipitações, a hidrologia e os sistemas das correntes costeiras", sublinhou Guéye durante uma conferência de imprensa destinada a apresentar o projecto APPECCAO.
Segundo o responsável deste projecto executado pela Rede sobre as Políticas de Pesca na África Ocidental (REPAO), as comunidades de pesca artesanal são duma maneira geral vulneráveis e têm uma capacidade limitada às mudanças climáticas devido à precarieade das suas actividades económicas e à sua dependência aos recursos haliêuticos.
Por seu turno, o responsável da REPAO, Pape Gora Ndiaye, apelou aos Estados de África Ocidental "a tomar medidas dinâmicas para limitar a sobrexploração dos recursos haliêuticos".
"Os recursos haliêuticos já sobreexplorados são afectados pelas mudanças climáticas", declarou.
O responsável da REPAO revelou que cerca de três milhões de pessoas trabalham em tempo integral no sector da pesca no Senegal, em Cabo Verde e na Guiné-Conakry, ou seja cerca de 10 por cento da população activa destes países, defendendo a necessidade de "pôr termo ao livre acesso ao mar dos pescadores artesanais e industriais".