PM italiano “chocado” com assassinato de jovem de ascendência cabo-verdiana
Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro (PM) italiano, Giuseppe Conte, disse ter ficado “chocado” com os contornos do homicídio, em Roma, do jovem de ascendência cabo-verdiana, Willy Monteiro Duarte, na noite de sábado passado.
Numa mensagem que colocou terça-feira na sua conta oficial Facebook, Giuseppe Conte escreve que confia numa condenação “severa” pela Justiça italiana dos autores do bárbaro assassinato.
O ato provocou uma grande onda de indignação, tanto em Itália como em Cabo Verde, terra dos pais da vítima, tendo as autoridades procedido à detenção de quatro suspeitos.
O chefe do Governo italiano diz na sua mensagem que “a tragédia” que afetou a família do jovem de ascendência cabo-verdiana o “impressionou profundamente”.
“Deixou-me chocado. Um jovem que recentemente atravessou o limiar dos 20 anos, estudava e trabalhava, vivia plenamente as suas paixões, suas emoções.
"Cultivava seus sonhos e provavelmente estava exposto às tantas incertezas que preocupam os jovens, intenções de construir o seu futuro de vida pessoal e profissional”, apontou o primeiro-ministro italiano, na mensagem.
Também em Cabo Verde, o presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que a "morte brutal" do jovem cabo-verdiano, em Roma, "causa "indignação e revolta", pedindo que se faça justiça.
“A morte brutal do jovem conterrâneo Willy Monteiro Duarte, em Itália, causa dor, mas, igualmente, indignação e revolta”, lê-se na mensagem que o chefe de Estado colocou também na sua conta oficial Facebook.
Na mesma nota, Jorge Carlos Fonseca refere que já falou com o embaixador de Cabo Verde, em Itália, que está a acompanhar o caso, no contacto com as autoridades italianas e a apoiar a família do jovem.
Por sua vez, o Governo cabo-verdiano, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, reagiu “com consternação” à morte do jovem cabo-verdiano.
“O Governo de Cabo Verde pede que a justiça seja célere e que puna severamente os assassinos que cometeram este ato hediondo e repugnante”, indicou Luís Filipe Tavares.
O governante pediu “calma e serenidade” à comunidade cabo-verdiana, em Roma, e que confie nas autoridades judiciais italianas, que “saberão punir os culpados de forma exemplar”.
Entretanto, os acusados de espancar até à morte o jovem Willy Monteiro negam as agressões.
Diante do juiz numa audiência preliminar na penitenciária de Rebibbia, terça-feira (08.09), em Roma, onde estão detidos, os quatro acusados disseram ter apenas "apartado" uma briga na qual Willy se teria nvolvido.
Domenico Marzi, o advogado da família Monteiro, falou em "piada" de mau gosto.
"Eles decidiram fazer essas declarações, quase como se quisessem dar a entender que Willy tenha feito mal a si mesmo; é uma piada de mau gosto diante da gravidade do episódio".
Os irmãos Gabriele e Marco Bianchi, além de Mario Pincarelli e Francesco Belleggia foram presos em flagrante na manhã seguinte ao crime.
O incidente aconteceu por volta das 02:00 horas de madrugada de domingo, na cidade de Colleferro, a cerca de 50 quilômetros ao sul de Roma, capital italiana.
Willy Monteiro Duarte, de 21 anos, filho de pais cabo-verdianos, morreu “depois de ter sido espancado até à morte”.
Ele teria tentado acalmar uma rixa junto a um estabelecimento de diversão noturna, segundo a imprensa italiana.
-0- PANA CS/IZ 09set2020