Agência Panafricana de Notícias

PGR da Guiné-Bissau investiga sobre divulgação de documento secreto

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau (PGR) vai investigar sobre a divulgação dum documento "secreto" da Divisão de Informação e Segurança Militar que alerta para riscos de instabilidade devido a divisões internas no partido no poder, soube terça-feira a PANA em Bissau de fonte oficial.
O documento alerta que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pode pôr em causa a vitória alcançada nas eleições legislativas de Novembro de 2008 devido a "contradições internas no seu seio e que podem contribuir para intoxicar a relação entre os dois altos mandatários do país", nomeadamente o Presidente Malam Bacai Sanhá e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
"Existem militantes do PAIGC que já estão a perspectivar a realização de um congresso extraordinário a fim de proporcionarem o afastamento de Carlos Gomes Júnior da liderança do partido e consequentemente a sua exoneração do cargo de primeiro-ministro", acrescenta o documento.
O deputado Roberto Cacheu terá distribuído o documento qualificado de "secreto" a organismos internacionais, aos grupos parlamentares, ao Presidente e ao primeiro-ministro da Guiné-Bissau acompanhado de uma carta em que denuncia uma "permanente perseguição".
No âmbito das investigações, o Procurador-Geral da República, Amine Michel Saad, solicitou a audição do coronel Samba Djaló, director da Divisão de Informação e Segurança Militar, e do deputado Robrto Cacheu do PAIGC.
Num documento enviado ao ministro da Defesa Nacional, o Procurador- Geral da República pede que o coronel Samba Djaló seja ouvido porque "qualquer ameaça, por mais pequena que seja, deve ser tomada em devida conta".
"Entendemos crucial e pertinente a audição (.
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) em ordem a apurar-se a veracidade através de provas, que seguramente, tem na sua posse, da denúncia contida no documento em apreço", refere o documento, indicando que o deputado Roberto Cacheu será ouvido pela Procuradoria para "apurar a veracidade ou não da denúncia".