PAM ajuda Cabo Vede a mobilizar recursos para enfrentar crises
Praia, Cabo Verde (PANA) - O diretor regional do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, Chris Nikoi, prometeu, segunda-feira, na cidade da Praia, ajudar Cabo Verde a mobilizar recursos para enfrentar as crises, depois de quatro anos de seca, mais de dois anos de covid-19 e agora as consequências da guerra na Ucrânia, apurou a PANA de fonte segura.
Após um encontro com o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, Chris Nikoi disse que estas crises em Cabo Verde terão como maior desafio a segurança alimentar, numa economia frágil e dependente do exterior.
"Mas estamos aqui para colaborar com o Governo na procura de apoios para acompanhar a situação e mobilizar recursos da comunidade internacional", afirmou Nikoi, garantindo que o programa vai ajudar o país a tornar-se mais resiliente em termos de produtos alimentares.
O responsável do PAM está em Cabo Verde a convite do Governo para ajudar no reforço da alimentação escolar, tendo em conta a crise internacional e as suas consequências na segurança alimentar, numa das medidas do pacote para assegurar o normal funcionamento do sistema alimentar do país.
Por sya vez, Gilberto Silva salientou a assistência do PAM na mobilização de ajuda para segurança alimentar e nutricional, com reforço nas cantinas escolares, que vão funcionar nas férias, atribuindo refeições quentes a mais de 80.000 crianças.
Com o PAM, o Governo de Cabo Verde pretende discutir outras questões que têm a ver com a segurança alimentar, nomeadamente a capacidade de estoque e assistência alimentar.
"Cabo Verde, ao promover-se para um País de Rendimento Médio Baixo, deixou de ter ajuda direta do PAM, nas cantinas escolares e, desde 2010, temos estado a gerir muito bem as nossas cantinas", garantiu o governante cabo-verduano.
No entanto, ele reconheceu que, "neste momento, há uma situação excecional", em que Cabo Verde é dos países mais atingidos pela covid-19 e, agora, pela crise provocada pela guerra, por ser dependente da importação de cereais.
"E a oscilação de preços que nós temos no mundo vai prejudicar Cabo Verde se as medidas não forem tomadas. Tudo o que nós estamos a fazer é no sentido de mitigar este impacto", assegurou o ministro, enaltecendo que o PAM será um "bom parceiro" para mobilizar recursos internacionais.
Já a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, que participou no encontro com Gilberto Silva, afiançou que organização está a trabalhar com o Governo cabo-verdiano para ver como apoiar, sobretudo, para a melhoria da disponibilidade de alimentos e das condições de vida das famílias mais vulneráveis do país.
Ana Touza apontou as ilhas de Santo Antão e o interior de Santiago como sendo as com maior impacto em termos de vulnerabilidades, constatadas no terreno, e cujas populações enfrentam problemas para conseguirem alimentos para familias e animais.
“Estamos a desenvolver propostas e projetos para tentarmos apoiar os criadores que têm tido impacto muito grande”, disse a responsável da FAO, sublinhando a necessidade de um trabalho conjunto para assegurar uma alimentação.
-0- PANA CS/DD 19abril2022