PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Oxfam insta Presidente Obama a assumir "compromissos audaciosos" para África
Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A organização Oxfam instou o Presidente norte-americano, Barack Obama, e os líderes africanos a assumir compromissos audaciosos para ajudar a transformar as instituições africanas em modelos de transparência e de responsabilidade na próxima década.
De acordo com a Oxfam, milhares de dólares americanos sob forma de ajudas e receitas petrolíferas, mineiras e de gás fluem para o continente africano com impacto sobre milhões de vidas.
O Presidente Obama e a sua esposa, Michelle, encontram-se desde quarta-feira no Senegal, no início de um périplo de uma semana por África que os conduzirá igualmente à África do Sul e à Tanzânia.
Segundo o presidente da Oxfam para a América, Raymond C. Offenheiser, é chegada a hora de se ocupar do desenvolvimento económico contínuo de África.
« O Presidente Obama teve razão em Accra (Gana) em 2009, quando declarou que o futuro de África dependia de instituições fortes. É agora tempo para o Presidente ajudar África a explorar toda a sua potencialidade, investindo diretamente nas administrações locais e nos cidadãos, ajudando a aumentar a transparência dos orçamentos, as receitas das indústrias extrativas e a desenvolver os sistemas de tributação para os Governos”, declarou Offenheiser.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Oxfam revela que durante a próxima década, mais de um trilião de dólares americanos de recursos naturais serão extraídos do continente africano.
Atualmente, África exporta anualmente mais de 300 biliões de dólares americanos de produtos petrolíferos, mineiros e de gás, quatro vezes mais do que a ajuda recebida pelo continente.
« Mas este dinheiro não serve para construir estradas, escolhas e hospitais para as populações africanas. Na realidade, o boom das indústrias extrativas conduz muitas vezes à maior probreza e impotência”, realçou a agência.
Citando o exemplo das populações de Kédougou, no Senegal, a Oxfam explica que elas vivem num solo que é objeto duma exploração aurífera à grande escala, mas que, apesar das riquezas do seu subsolo, a comunidade não beneficia dele.
Muitos são os que perderam o acesso às terras agrícolas que faziam viver as suas famílias e vários outros não receberam uma indemnização adequada depois de obrigados a deixar as suas terras sem serem consultados.
« Insto o Presidente Obama a esclarecer a atual falta de transparência e de responsabilidade que perpetua os ciclos de pobreza e de desigualdade nos países em desenvolvimento », declarou Offenheiser.
« Peça aos seus homólogos africanos para que trabalhem para reforçar a transparência dos seus orçamentos. Abra os pagamentos das empresas petrolíferas e mineiras à luz da transparência. Informe os cidadãos africanos das receitas das empresas mineiras e petrolíferas. Deixe estes cidadãos decidir de que forma eles desejam utilizar o seu dinheiro para o seu próprio futuro, que eles possam reivindicar os seus direitos e bater-se pelo seu próprio desenvolvimento”, acrescentou.
Sublinhando a necessidade de dar o exemplo, Offenheiser indicou que o Presidente Obama deverá anunciar publicamente quando a sua própria administração comunicará as cifras da ajuda do Governo norte-americano, para dar o tom da transparência institucional.
«Enquanto maiores fornecedores da ajuda do mundo, os Estados Unidos não deverão ser um dos Estados menos transparentes », acrescentou.
Por sua vez, o diretor regional da Oxfam para a África Ocidental, Souleymane Zeba, defendeu que os recursos produzidos pelas indústrias extrativas deverão ajudar as comunidades locais a reforçar a sua resiliência aos choques climáticos e aos que influem na segurança alimentar, em particular no Sahel, onde as crises alimentares são endémicas.
Na África do Sul, a Oxfam insta o Presidente Obama a continuar a apoiar os mecanismos de responsabilização comunitária.
" O apoio do Presidente à nossa luta contra o HIV/Sida foi enormemente importante para os esforços constantes da África do Sul para realizar as ambições duma África do Sul democrática, orientada para o povo", indicou o diretor da Oxfam na África do Sul, Allan Moolman.
-0- PANA AR/SEG/FJG/JSG/FK/IZ 27junho2013
De acordo com a Oxfam, milhares de dólares americanos sob forma de ajudas e receitas petrolíferas, mineiras e de gás fluem para o continente africano com impacto sobre milhões de vidas.
O Presidente Obama e a sua esposa, Michelle, encontram-se desde quarta-feira no Senegal, no início de um périplo de uma semana por África que os conduzirá igualmente à África do Sul e à Tanzânia.
Segundo o presidente da Oxfam para a América, Raymond C. Offenheiser, é chegada a hora de se ocupar do desenvolvimento económico contínuo de África.
« O Presidente Obama teve razão em Accra (Gana) em 2009, quando declarou que o futuro de África dependia de instituições fortes. É agora tempo para o Presidente ajudar África a explorar toda a sua potencialidade, investindo diretamente nas administrações locais e nos cidadãos, ajudando a aumentar a transparência dos orçamentos, as receitas das indústrias extrativas e a desenvolver os sistemas de tributação para os Governos”, declarou Offenheiser.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Oxfam revela que durante a próxima década, mais de um trilião de dólares americanos de recursos naturais serão extraídos do continente africano.
Atualmente, África exporta anualmente mais de 300 biliões de dólares americanos de produtos petrolíferos, mineiros e de gás, quatro vezes mais do que a ajuda recebida pelo continente.
« Mas este dinheiro não serve para construir estradas, escolhas e hospitais para as populações africanas. Na realidade, o boom das indústrias extrativas conduz muitas vezes à maior probreza e impotência”, realçou a agência.
Citando o exemplo das populações de Kédougou, no Senegal, a Oxfam explica que elas vivem num solo que é objeto duma exploração aurífera à grande escala, mas que, apesar das riquezas do seu subsolo, a comunidade não beneficia dele.
Muitos são os que perderam o acesso às terras agrícolas que faziam viver as suas famílias e vários outros não receberam uma indemnização adequada depois de obrigados a deixar as suas terras sem serem consultados.
« Insto o Presidente Obama a esclarecer a atual falta de transparência e de responsabilidade que perpetua os ciclos de pobreza e de desigualdade nos países em desenvolvimento », declarou Offenheiser.
« Peça aos seus homólogos africanos para que trabalhem para reforçar a transparência dos seus orçamentos. Abra os pagamentos das empresas petrolíferas e mineiras à luz da transparência. Informe os cidadãos africanos das receitas das empresas mineiras e petrolíferas. Deixe estes cidadãos decidir de que forma eles desejam utilizar o seu dinheiro para o seu próprio futuro, que eles possam reivindicar os seus direitos e bater-se pelo seu próprio desenvolvimento”, acrescentou.
Sublinhando a necessidade de dar o exemplo, Offenheiser indicou que o Presidente Obama deverá anunciar publicamente quando a sua própria administração comunicará as cifras da ajuda do Governo norte-americano, para dar o tom da transparência institucional.
«Enquanto maiores fornecedores da ajuda do mundo, os Estados Unidos não deverão ser um dos Estados menos transparentes », acrescentou.
Por sua vez, o diretor regional da Oxfam para a África Ocidental, Souleymane Zeba, defendeu que os recursos produzidos pelas indústrias extrativas deverão ajudar as comunidades locais a reforçar a sua resiliência aos choques climáticos e aos que influem na segurança alimentar, em particular no Sahel, onde as crises alimentares são endémicas.
Na África do Sul, a Oxfam insta o Presidente Obama a continuar a apoiar os mecanismos de responsabilização comunitária.
" O apoio do Presidente à nossa luta contra o HIV/Sida foi enormemente importante para os esforços constantes da África do Sul para realizar as ambições duma África do Sul democrática, orientada para o povo", indicou o diretor da Oxfam na África do Sul, Allan Moolman.
-0- PANA AR/SEG/FJG/JSG/FK/IZ 27junho2013