PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Oxfam critica doadores de programas de saúde privados
Washington- Estados Unidos (PANA) -- Os doadores internacionais, incluindo o Banco Mundial (BM), desperdiçam dinheiro e põem em perigo várias vidas humanas ao continuar a apoiar programas de cuidados de saúde privados desacreditados que ainda não provaram a sua capacidade nos países pobres, denunciou, quinta-feira, a Organização não Governamental Oxfam.
Num relatório intitulado "Optimismo Cego: Quebrar o Mito dos Cuidados de Saúde Privados nos Países Pobres", a ONG indica que este seu documento publicado em Washington "apresenta provas irrefutáveis dos maus resultados das iniciativas de cuidados de saúde privados no mundo.
"Na China, por exemplo, um terço dos medicamentos distribuídos por vendedores privados são falsificados, ao passo que em sete países da África Subsariana a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que a maioria dos medicamentos contra o paludismo nas estruturas de saúde privadas não passaram nos testes de qualidade", indica.
Segundo ainda o documento, o próprio BM reconheceu que o sector privado "é geralmente menos eficaz no plano da qualidade técnica do que o sector público".
Anna Marriot, a autora do relatório, declara que "a visão romântica que os doadores de fundos têm dos actores privados do sector da saúde é completamente diferente da realidade".
A título de exemplo, cita que, no Malawi, 70 por cento dos fornecedores privados são pequenas lojas, enquanto, na maior parte do tempo, a distribuição dos medicamentos por actores privados aos pobres é assegurada por comerciantes sem qualificações que vendem medicamentos expirados.
"É o que vocês quereriam para os seus filhos doentes?" interrogou-se.
O comunicado sublinha que a Oxfam estabeleceu que o BM usou da sua "influência política incomparável no mundo" para promover uma saúde privatizada apesar da falta de retorno sobre os seus resultados.
"Ao mesmo tempo, a sua filial para o sector privado, a Sociedade Financeira Internacional, anunciou que vai mobilizar um bilião de dólares para financiar o crescimento do papel do sector privado no tratamento médico em África".
Segundo o relatório, vários outros doadores de fundos e organizações influentes encorajaram e financiaram uma maior expansão dos projectos de saúde iniciados pelo sector privado.
"A Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID) e o Banco Asiático de Desenvolvimento seguiram o exemplo do Banco Mundial e investiram vários milhões de dólares americanos em programas à grande escala na subcontratação no sector privado".
O documento acrescenta que, ao mesmo tempo, a ajuda aos serviços de saúde primários nos países pobres diminuiu para metade na última década.
A Oxfam advertiu que esta redução da ajuda aos serviços de saúde públicos condenava centenas de milhões de pessoas a uma morte prematura ou a sofrimentos inúteis e que era necessário aumentar consideravelmenre os investimentos na saúde pública.
Segundo a Oxfam, durante anos de desinvestimentos e redução para metade da ajuda aos seviços de saúde pública nos países pobres, o sector público esteve moribundo e mal gerido.
"Após vários anos de desinvestimento dos doadores de fundos nos programas de saúde governamentais, denunciar a incompetência dos Governos equivale a atar os laços dum jogador de futebol para depois o acusar de ter perdido o jogo", declarou Marriot.
"A lição que se pode tirar dos meses passados é que o mercado tem os seus limites e que os Governos devem assumir a direcção das operações.
É a razão pela qual o Presidente norte-americano Barack Obama prevê aumentar os investimentos norte-americanos nos cuidados de saúde para todos, ao passo que a China anunciou um investimento de 124 biliões de dólares americanos nos programas de saúde pública para proteger os seus cidadãos e estimular o crescimento económico".
Os trabalhos da Oxfam demonstraram que reforçar a garantia dos cuidados de saúde pelos Governos é essencial para melhorar as possibilidades de sobrevivência nos países pobres.
"Graças a despesas acrescidas no sector da saúde no Sri Lanka, por exemplo, as mulheres têm uma longevidade quase igual à das Alemãs, apesar dos seus rendimentos serem 10 vezes inferiores", sublinhou Marriott.
Por isso, insistiu que o Banco Mundial e os demais doadores devem separar-se do seu optimismo cego em relação ao mercado porque, explicou, a saúde para todos não pode tornar-se numa realidade sem a intervenção dos Governos.
Lembrou, a este propósito, que o presidente do Banco Mundial preconizou uma política de relançamento orçamental para ajudar os países pobres e que é preciso, no quadro desta política, aumentar rapidamente as despesas dos Governos nos cuidados de saúde pública para poder salvar vidas e permitir o relançamento das economias.
Num relatório intitulado "Optimismo Cego: Quebrar o Mito dos Cuidados de Saúde Privados nos Países Pobres", a ONG indica que este seu documento publicado em Washington "apresenta provas irrefutáveis dos maus resultados das iniciativas de cuidados de saúde privados no mundo.
"Na China, por exemplo, um terço dos medicamentos distribuídos por vendedores privados são falsificados, ao passo que em sete países da África Subsariana a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que a maioria dos medicamentos contra o paludismo nas estruturas de saúde privadas não passaram nos testes de qualidade", indica.
Segundo ainda o documento, o próprio BM reconheceu que o sector privado "é geralmente menos eficaz no plano da qualidade técnica do que o sector público".
Anna Marriot, a autora do relatório, declara que "a visão romântica que os doadores de fundos têm dos actores privados do sector da saúde é completamente diferente da realidade".
A título de exemplo, cita que, no Malawi, 70 por cento dos fornecedores privados são pequenas lojas, enquanto, na maior parte do tempo, a distribuição dos medicamentos por actores privados aos pobres é assegurada por comerciantes sem qualificações que vendem medicamentos expirados.
"É o que vocês quereriam para os seus filhos doentes?" interrogou-se.
O comunicado sublinha que a Oxfam estabeleceu que o BM usou da sua "influência política incomparável no mundo" para promover uma saúde privatizada apesar da falta de retorno sobre os seus resultados.
"Ao mesmo tempo, a sua filial para o sector privado, a Sociedade Financeira Internacional, anunciou que vai mobilizar um bilião de dólares para financiar o crescimento do papel do sector privado no tratamento médico em África".
Segundo o relatório, vários outros doadores de fundos e organizações influentes encorajaram e financiaram uma maior expansão dos projectos de saúde iniciados pelo sector privado.
"A Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID) e o Banco Asiático de Desenvolvimento seguiram o exemplo do Banco Mundial e investiram vários milhões de dólares americanos em programas à grande escala na subcontratação no sector privado".
O documento acrescenta que, ao mesmo tempo, a ajuda aos serviços de saúde primários nos países pobres diminuiu para metade na última década.
A Oxfam advertiu que esta redução da ajuda aos serviços de saúde públicos condenava centenas de milhões de pessoas a uma morte prematura ou a sofrimentos inúteis e que era necessário aumentar consideravelmenre os investimentos na saúde pública.
Segundo a Oxfam, durante anos de desinvestimentos e redução para metade da ajuda aos seviços de saúde pública nos países pobres, o sector público esteve moribundo e mal gerido.
"Após vários anos de desinvestimento dos doadores de fundos nos programas de saúde governamentais, denunciar a incompetência dos Governos equivale a atar os laços dum jogador de futebol para depois o acusar de ter perdido o jogo", declarou Marriot.
"A lição que se pode tirar dos meses passados é que o mercado tem os seus limites e que os Governos devem assumir a direcção das operações.
É a razão pela qual o Presidente norte-americano Barack Obama prevê aumentar os investimentos norte-americanos nos cuidados de saúde para todos, ao passo que a China anunciou um investimento de 124 biliões de dólares americanos nos programas de saúde pública para proteger os seus cidadãos e estimular o crescimento económico".
Os trabalhos da Oxfam demonstraram que reforçar a garantia dos cuidados de saúde pelos Governos é essencial para melhorar as possibilidades de sobrevivência nos países pobres.
"Graças a despesas acrescidas no sector da saúde no Sri Lanka, por exemplo, as mulheres têm uma longevidade quase igual à das Alemãs, apesar dos seus rendimentos serem 10 vezes inferiores", sublinhou Marriott.
Por isso, insistiu que o Banco Mundial e os demais doadores devem separar-se do seu optimismo cego em relação ao mercado porque, explicou, a saúde para todos não pode tornar-se numa realidade sem a intervenção dos Governos.
Lembrou, a este propósito, que o presidente do Banco Mundial preconizou uma política de relançamento orçamental para ajudar os países pobres e que é preciso, no quadro desta política, aumentar rapidamente as despesas dos Governos nos cuidados de saúde pública para poder salvar vidas e permitir o relançamento das economias.