Opositores em liberdade provisória na Guiné-Conakry
Conakry, Guiné-Conakry (PANA) - O coordenador da Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC, oposição) e antigo ministro da Guiné-Conakry, Abdourahamane Sanoh, bem como seis camaradas seus beneficiam, desde quinta-feira, de uma liberdade provisória concedida pelo Tribunal de Apelação.
Detidos na véspera da primeira manifestação de rua, a 14 de outubro passado, que fez cerca de 10 mortos, eles foram julgados e condenados a penas de prisão efetivas que vão de seis meses a um ano.
Sanoh e os seis camaradas seus foram acusados de manobras e atos suscetíveis de comprometer a segurança pública e ocasionar confrontos públicos.
As instalações do Tribunal de Apelação foram invadidas por dezenas de simpatizantes da FNDC que acolheram os seus responsáveis à sua chegada com o hino nacional.
Curiosamente, os demais líderes dos partidos da oposição que participam nas manifestações de rua da FNDC brilharam pela sua ausência no julgamento em recurso que decorreu na presença do embaixador da Alemanha, Ulrich Maeier Tesch.
Diante do juiz, o coletivo de advogados defendeu o adiamento da audiência e a liberdade provisória dos seus clientes.
Salifou Béavogui um dos advogados de defesa, congratulou-se com a liberdade provisória e o adiamento do julgamento para a 5 de dezembro próximo.
Acrescentou que os seus clientes foram injustamente detidos num momento em que reclamavam, segundo ele, por um direito fundamental, o de protestar contra uma eventual mudança da Constituição que permite ao Presidente Alpha Condé disputar um terceiro mandato acima do seu segundo e último mandato de cinco anos.
A FNDC foi criada em abril passado por atores da sociedade civil, artistas e sindicalistas. Líderes da oposição integraram a estrutura que organiza regularmente manifestações de rua contra qualquer mudança de Constituição na Guiné-Conakry.
-0- PANA AC/BEH/SOC/MAR/IZ 29nove2019
