PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Opositor tchadiano receia retirada brutal de forças francesas do Tchad
Paris, França (PANA) – Um opositor tchadiano, Acheikh Ibn-Oumar, considerou segunda-feira que "uma retirada brutal" das tropas francesas da operação "Gavião" do Tchad criará um vazio para a população, devido à «falha social» do regime no poder no país.
«A falha social da "petro-ditadura tchadiana" ilustra-se tristemente pela dependência duma parte da população da economia e até dos serviços públicos em relação ao Exército francês. Uma retirada brutal do dispositivo Gavião criará uma vazio", disse o também antigo ministro tchadiano dos Negócios Estrangeiros, durante uma entrevista à PANA em Paris, a capital francesa.
Ibn Oumar, atual representante da União das Forças da Resistência (UFR), um movimento da oposição político-militar ao Presidente tchadiano, Idriss Déby Itno, na Europa, indicou que se deve encontrar uma transição gradual, nomeadamente no plano médico e da segurança do pessoal humanitário mobilizado junto dos refugiados sudaneses de Darfur (oeste do Sudão) e centro-africanos, bem como deslocados internos.
O opositor tchadiano referiu-se ao discurso do ministro francês dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé, proferido terça-feira última diante da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional francesa, e segundo o qual "o dispositivo militar francês no Tchad já não se justifica daí a necessidade do seu repatriamento".
Ele aludiou igualmente ao porta-voz do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Valéro, que retificou estas declarações 24 horas depois, afirmando que uma "reflexão" está em curso com autoridades tchadianas e que ainda não se tomou nenhuma decisão.
«Acredito, na realidade, que as autoridades francesas dão o dito por não dito, pois hesitam ainda em decidir entre a promessa de renovação feita em maio de 2006, em Cotonou, no Benin, por Sarkozy (atual Presidente francês), enquanto ministro, e a influência persistente dos lobbies da Françáfrica, agarrados aos privilégios e métodos herdados do passado», afirmou Acheikh ibn-Oumar.
Para o representante da UFR na Europa, esta hesitação dos Franceses é grave porque "se corre um duplo risco: o do descontentamento popular como na Tunísia, se as ditaduras forem apoiadas durante muito tempo, e o de França ser curto-circuitada pela China, se estas populações forem abandonadas muito rápido».
Por outro lado, ibn-Oumar explicou que as consequências de uma retirada das forças francesas não é o principal problema que, para ele, continua a ser « a orientação política geral».
«Será que França quer continuar a encorajar manipulações eleitorais, o esbanjamento e a humilhação permanente das populações inteiras em nome da legalidade? Ou será que está pronta para incentivar um diálogo nacional entre todas as forças políticas e sociais tchadianas, para alcançar uma verdadeira estabilidade baseada numa « melhor convivência?», perguntou-se.
França mantém, desde fevereiro de 1986 no Tchad, a operação Gavião, integrada por 950 soldados e aviões de caça em N’Djaména, a capital do país, e em Abéché, no Leste.
Esta operação foi desencadeada na sequência da ofensiva líbia para assistir tropas de Goukouni Weddeye (então chefe rebelde tchadiano) contra o então Presidente Hissène Habré apoiado na altura pelos Franceses e pelos Americanos.
-0- PANA BM/SSB/IBA/CJB/DD 11jul2011
«A falha social da "petro-ditadura tchadiana" ilustra-se tristemente pela dependência duma parte da população da economia e até dos serviços públicos em relação ao Exército francês. Uma retirada brutal do dispositivo Gavião criará uma vazio", disse o também antigo ministro tchadiano dos Negócios Estrangeiros, durante uma entrevista à PANA em Paris, a capital francesa.
Ibn Oumar, atual representante da União das Forças da Resistência (UFR), um movimento da oposição político-militar ao Presidente tchadiano, Idriss Déby Itno, na Europa, indicou que se deve encontrar uma transição gradual, nomeadamente no plano médico e da segurança do pessoal humanitário mobilizado junto dos refugiados sudaneses de Darfur (oeste do Sudão) e centro-africanos, bem como deslocados internos.
O opositor tchadiano referiu-se ao discurso do ministro francês dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé, proferido terça-feira última diante da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional francesa, e segundo o qual "o dispositivo militar francês no Tchad já não se justifica daí a necessidade do seu repatriamento".
Ele aludiou igualmente ao porta-voz do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Valéro, que retificou estas declarações 24 horas depois, afirmando que uma "reflexão" está em curso com autoridades tchadianas e que ainda não se tomou nenhuma decisão.
«Acredito, na realidade, que as autoridades francesas dão o dito por não dito, pois hesitam ainda em decidir entre a promessa de renovação feita em maio de 2006, em Cotonou, no Benin, por Sarkozy (atual Presidente francês), enquanto ministro, e a influência persistente dos lobbies da Françáfrica, agarrados aos privilégios e métodos herdados do passado», afirmou Acheikh ibn-Oumar.
Para o representante da UFR na Europa, esta hesitação dos Franceses é grave porque "se corre um duplo risco: o do descontentamento popular como na Tunísia, se as ditaduras forem apoiadas durante muito tempo, e o de França ser curto-circuitada pela China, se estas populações forem abandonadas muito rápido».
Por outro lado, ibn-Oumar explicou que as consequências de uma retirada das forças francesas não é o principal problema que, para ele, continua a ser « a orientação política geral».
«Será que França quer continuar a encorajar manipulações eleitorais, o esbanjamento e a humilhação permanente das populações inteiras em nome da legalidade? Ou será que está pronta para incentivar um diálogo nacional entre todas as forças políticas e sociais tchadianas, para alcançar uma verdadeira estabilidade baseada numa « melhor convivência?», perguntou-se.
França mantém, desde fevereiro de 1986 no Tchad, a operação Gavião, integrada por 950 soldados e aviões de caça em N’Djaména, a capital do país, e em Abéché, no Leste.
Esta operação foi desencadeada na sequência da ofensiva líbia para assistir tropas de Goukouni Weddeye (então chefe rebelde tchadiano) contra o então Presidente Hissène Habré apoiado na altura pelos Franceses e pelos Americanos.
-0- PANA BM/SSB/IBA/CJB/DD 11jul2011