Agência Panafricana de Notícias

Oposição satisfeita pelo fracasso da revisão da Constituição na Mauritânia

Nouakchott, Mauritânia (PANA) – A Aliança Eleitoral da Oposição Democrática (AEOD) na Mauritânia, vasta coligação de partidos políticos, organizações da sociedade civil, centrais sindicais e personalidades independentes, “notou com alívio o fracasso de iniciativas visando a violação da Constituição”, indica uma declaração publicada esta quinta-feira.

Esta declaração da oposição seguiu-se à iniciativa de um grupo de deputados que visava emendar os artigos 26, 28 e 99 da Constituição mauritana de 20 de julho de 1991, modificada por via referendária a 25 de junho de 2006.

Estas disposições protegidas pela lei fundamental garantem a alternância ao limitar os mandatos do Presidente da República a dois, com uma única reeleição possível.

A iniciativa dos deputados que visa permitir ao chefe de Estado em exercício candidatar-se às eleições presidenciais foi suspensa pelo Presidente Mohamed Abdel Aziz, que reiterou a sua firme vontade de respeitar as disposições da Constituição.

A decisão dos deputados da União Para a República (UPR, partido maioritário) e dos seus aliados esteve confrontada com uma viva resistência no seio dos eleitos da maioria presidencial e da oposição.

Na sua declaração, o coletivo da oposição « saudou o impulso nacional do povo mauritano com vista a defender as suas conquistas democráticas », expresso através da mobilização de todas as forças vivas, "partidos políticos, deputados, jovens blogueiros, personalidades públicas pelo seu engajamento que permitiu conter as tentativas daqueles que buscam mergulhar o país numa aventura com um fim desastroso".

A declaração apelou às mesmas forças para continuar a estar mobilizadas « para fazer face a todas as outras manobras suspeitas e impor uma eleição presidencial transparente que abra a via para uma verdadeira alternância democrática ».

-0- PANA SAS/JSG/FK/IZ 17jan2019