Oposição preocupada com subida de violência intercomunitária no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – A oposição política no Burkina Faso declarou-se preocupada terça-feira pelos atos violência intercomunitária registados nos últimos dias, no centro-leste e no norte do país.
"É com profunda desolação que soubemos da morte de oito pessoas, e quatro feridos e incêndios de casas, depois de um novo confronto ocorrido no distrito de Zoaga, província do Boulgou, na noite de 31 de março a 1 de abril deste ano”, lê-se numa declaração liminar da oposição entregue à imprensa.
Num comunicado divulgado segunda-feira à noite, o Ministério da Administração Territorial, Descentralização e Coesão Social anunciou que homens armados vindos das aldeias fronteiriças do Burkina Faso e do Gana atacaram a casa do chefe da aldeia de Zoaga.
Segundo o Ministério, este ataque constitui um dos reflexos da crise que abala há alguns tempo a autoridade comunitária da localidade.
"Apreciamos a reação das forças de ordem face a este massacre, mas não podemos deixar de constatar que é o médico depois da morte, e que os nossos responsáveis governamentais poderiam ter feito melhor, porque tinha sinais nitidamente visíveis, relatados por uma imprensa na altura”, sustenta a oposição.
Para a oposição política, o Governo burkinabe "é culpado e passivo, se se considerar que, apesar das advertências vermelhas sucessivas, não foram tomadas disposições para evitar estes confrontos”.
"É incompreensível e inadmissível que, numa República, cidadãos massacrem outros cidadãos sem que a Justiça reaja”, realçou.
A oposição reagiu igualmente às represálias contra a comunidade fula e um ataque terrorista em Arbinda, no norte do Burkina Faso, “com o seu lote de mortes, massacres e reações ainda em curso, tendo por origem o terrorismo combinado com a violência intercomunitária, manchando a coesão social”.
-0- PANA TNDD/JSG/MAR/IZ 2abril2019