Agência Panafricana de Notícias

Oposição nigerina exige partida de Presidente

Niamey- Níger (PANA) -- Mais de cinco mil manifestantes agruparam-se domingo na Praça da Concertação de Niamey, em resposta ao apelo da Coordenação das Forças para a Democracia e República (CFDR), para pedir a partida do Presidente Mamadou Tandja a 22 de Dezembro corrente, data que marca o fim legal do seu segundo e último mandato constitucional à frente do Níger.
Segundo Bazoum Mohamed, um dos líderes da CFDR, os Nigerinos preocupados pela liberdade, pela democracia e pelo Estado de Direito devem mobilizar-se a 22 de Dezembro para expulsar Tandja do poder.
"Se ele dever permanecer no poder, ele vai fazê-lo pela força porque ele está colado à cadeira presidencial que não adquiriu pela força e temos o dever de o combater e de não o deixar no poder.
Saiam a 22 de Dezembro para lhe obrigar a ceder a cadeira presidencial", apelou Bazoum Mohamed.
Esta última duma série de manifestações da oposição nigerina decorreu depois da chegada a Niamey do medianeiro delegado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o ex-Presidente nigeriano, o general Abdoussalami Aboubakar, para conduzir o diálogo inter-nigerino.
Os apoiantes do Presidente Tandja convidaram terça-feira os Nigerinos a um mega-comício em todas as regiões e localidades do país para testemunhar a sua dedicação à sexta República e a sua adesão aos ideais da refundação defendida pelo chefe de Estado.
Para os observadores da cena política do Níger, o medianeiro da CEDEAO terá dificuldades, tendo em conta as posições dos protagonistas na crise que assola este país desde o referendo controverso de 4 de Agosto de 2009 cujos resultados foram rejeitados pela comunidade internacional.
A CEDEAO suspendeu o Níger das suas fileiras, enquanto a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá decidiram interromper temporariamente a sua ajuda ao país.
Reeleito em 2004 para um segundo mandato de cinco anos, Mamadou Tandja decidiu, após um referendo constitucional a 4 de Agosto último, manter-se no poder, apesar duma oposição interna forte e dos apelos repetidos da comunidade internacional para um regresso à ordem constitucional.