PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Oposição manifesta-se contra projeto de referendo no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – A oposição burkinabe vai organizar uma manifestação a 23 de agosto para responder às declarações feitas em Washington (Estados Unidos) pelo Presidente Blaise Compaoré sobre um projeto de referendo da Constituição para alegadamente disputar um novo mandato, anunciou o opositor Zéphirin Diabré durante uma conferência de imprensa, terça-feira, em Ouagadougou.
Esta decisão da oposição baseia-se nas declarações do chefe de Estado burkinabe à margem da Cimeira Estados Unidos-África, organizada de 5 e 6 de agosto em Washington, sobre a sua vontade de recorrer ao referendo para resolver a questão da revisão da Constituição.
A oposição política, os sindicatos e a sociedade civil suspeitam o Presidente Compaoré, no poder desde 1987 depois dum golpe de estado que causou a morte do Presidente Thomas Sankara, de desejar rever, através deste referendo, a Constituição para lhe permitir disputar novamente a sua sucessão em 2015.
Os opositores criticaram a noção de « homens fortes » do chefe de Estado, defendendo
« grandes homens ».
« África não necessita de homens fortes, quer dizer ditadores omnipotentes que decidem sozinhos pelos seus países (...), África necessita de grandes homens, quer dizer líderes que têm visão, que se batem para o bem-estar dos seus povos e que respeitam as instituições e as leis », afirmou Zéphirin Diabré.
« África necessita de grandes homens da raça de Nelson Mandela e não de homens fortes da raça de Mobutu », sublinhou .
Depois desta declaração do Presidente Compaoré, Zéphirin Diabré receia que os Estados Unidos coloquem o Burkina Faso « na lista dos países sem direito » e tomem sanções contra o país.
Entre estas sanções, o Burkina Faso, segundo a oposição, poderia ser excluído da AGOA (Lei Americana sobre Crescimento e Oportunidade em África), a não renovação do MCA (Millenium Challenge Account) e dos novos programas anunciados pelo Presidente americano, Barack Obama.
A situação política burkinabe é dominada por polémicas em redor da modificação dum artigo da lei fundamental que limita o número de mandato presidencial a dois quinquénios.
« Não havará referendo no nosso país porque esta questão apenas abrange Blaise Compaoré », explicou Diabré, acrescentando que esta consulta vai contra o espírito da lei, o espírito do juiz constitucional e poderá contribuir para a « agravação da fratura social ».
O presidente da União para o Renascimento/Partido Sankarista, Bénéwendé Sankara, preveniu que « novembro de 2015 é a data limite para a mudança e a alternância no Burkina Faso como estipula a Constituição ».
-0- PANA IS/NDT/BEH/SOC/MAR/TON 13 agosto 2014
Esta decisão da oposição baseia-se nas declarações do chefe de Estado burkinabe à margem da Cimeira Estados Unidos-África, organizada de 5 e 6 de agosto em Washington, sobre a sua vontade de recorrer ao referendo para resolver a questão da revisão da Constituição.
A oposição política, os sindicatos e a sociedade civil suspeitam o Presidente Compaoré, no poder desde 1987 depois dum golpe de estado que causou a morte do Presidente Thomas Sankara, de desejar rever, através deste referendo, a Constituição para lhe permitir disputar novamente a sua sucessão em 2015.
Os opositores criticaram a noção de « homens fortes » do chefe de Estado, defendendo
« grandes homens ».
« África não necessita de homens fortes, quer dizer ditadores omnipotentes que decidem sozinhos pelos seus países (...), África necessita de grandes homens, quer dizer líderes que têm visão, que se batem para o bem-estar dos seus povos e que respeitam as instituições e as leis », afirmou Zéphirin Diabré.
« África necessita de grandes homens da raça de Nelson Mandela e não de homens fortes da raça de Mobutu », sublinhou .
Depois desta declaração do Presidente Compaoré, Zéphirin Diabré receia que os Estados Unidos coloquem o Burkina Faso « na lista dos países sem direito » e tomem sanções contra o país.
Entre estas sanções, o Burkina Faso, segundo a oposição, poderia ser excluído da AGOA (Lei Americana sobre Crescimento e Oportunidade em África), a não renovação do MCA (Millenium Challenge Account) e dos novos programas anunciados pelo Presidente americano, Barack Obama.
A situação política burkinabe é dominada por polémicas em redor da modificação dum artigo da lei fundamental que limita o número de mandato presidencial a dois quinquénios.
« Não havará referendo no nosso país porque esta questão apenas abrange Blaise Compaoré », explicou Diabré, acrescentando que esta consulta vai contra o espírito da lei, o espírito do juiz constitucional e poderá contribuir para a « agravação da fratura social ».
O presidente da União para o Renascimento/Partido Sankarista, Bénéwendé Sankara, preveniu que « novembro de 2015 é a data limite para a mudança e a alternância no Burkina Faso como estipula a Constituição ».
-0- PANA IS/NDT/BEH/SOC/MAR/TON 13 agosto 2014