Agência Panafricana de Notícias

Oposição manifesta-se contra cortes de energia no Senegal

Dakar- Senegal (PANA) -- Os partidos da oposição agrupados no seio da Coligação Bennoo Siggil Senegaal (Unir-se para Relançar o Senegal na língua nacional wolof) organizaram sábado uma marcha de protesto para denunciar os cortes de eletricidade, as inundações e outras dificuldades das condições de vida das populações.
Os manifestantes foram dirigidos pelos principais líderes da oposição senegalesa, nomeadamente Moustapha Niasse da Aliança das Forças do Progresso (AFP), Ousmane Tanor Dieng do Partido Socialista (PS) e Abdoulaye Bathily da Liga Democrática (LD).
Os militantes da oposição e outros manifestantes provenientes do subúrbio de Dakar e de algumas províncias do Senegal desdobraram bandeirolas e cartazes com slogans e reivindicações muito críticas contra o regime.
Eles apelaram para "a união de todas as forças vivas do país para expulsar do Senegal o regime do Presidente Abdoulaye Wade", que eles acusam de ser "a causa de todos os problemas" do país.
Numa declaração lida no termo da marcha, os manifestantes apelaram para um movimento de resistência com vista a encontrar as soluções nacionais que permitam "lutar contra todas as derivas".
Eles prometeram ainda insurgir-se contra a candidatura do Presidente Wade às eleições presidenicais de 2012 que, afirmaram, "é anticonstitucional".
Eleito em 2000 aos 74 anos de idade, o Presidente Wade foi releeito em 2007 para um mandato de cinco anos.
Segundo os seus apoiantes, a Constituição de 2001 que ele fez votar por referendo autoriza-lhe um novo mandato, o que contestam a oposição e vários juristas, ao passo que outras personalidades questionam a sua idade avançada.
Apesar do mês de Ramadão e do calor, numerosos manifestantes saíram à rua para exprimir o seu descontentamento e apoiar a oposição política.
Falando durante a marcha, a advogada e deputada Ndèye Fatou Touré declarou que "estamos a preparar as eleições de 2012, mas Wade não fez nada no sentido de resolver os problemas dos cidadãos.
Então, cabe ao povo exprimir as suas exigências e defender os seus interesses.
Aos cortes de eletricidade acrescentam-se o recrudescimento do paludismo devido aos mosquitos".
Ela apelou às mulheres para se mobilizar a fim de fazer face aos "ministros que, em vez de buscar as soluções para os nossos problemas, continuam a ridiculizar o povo".
Quanto à porta-voz do PS, a advogada Aïssata Tall Sall, indicou que esta marcha é organizada no momento oportuno, afirmando que "temos 10 anos de sofrimento, mas hoje atingimos o auge".
"Os cortes de eletricidade acrescentados ao Ramadão, ao calor e à subida generalizada dos preços são enormes.
O povo deve demonstrar a Abdoulaye Wade que ele perdeu popularidade neste país e dizer-lhe que ele deve preparar as suas malas para deixar o nosso país", acrescentou a dirigente do PS, partido que reinou no Senegal durante 40 anos antes de ser derrotado pelo Partido Democrático Senegalês (PDS) do Presidente Wade em 2000.