Agência Panafricana de Notícias

Oposição denuncia silêncio de líderes africanos face à crise na Guiné

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- O líder da União das Forças da Mudança (UFC, oposição) e porta-voz do Fórum das Forças Vivas da Guiné-Conakry, Aboubacar Sylla, declarou-se terça-feira "surpreso e decepcionado pelo silêncio ensurdecedor" dos chefes de Estado africanos face à crise política no seu país.
O sindicato dos chefes de Estado, prosseguiu o responsável político, "ainda tem bons dias pela frente porque hesita em condenar os colegas que cometem crimes de sangue e violam os direitos humanos".
No entanto, disse confiar nas diferentes condenações e noutras medidas tomadas pela comunidade internacional no geral, que não hesitou em denunciar os massacres de 28 de Setembro último onde, segundo as Nações Unidas, mais de 150 pessoas foram abatidas pelas forças da ordem que feriram pelo menos mil outras e violaram várias mulheres.
O porta-voz das Forças Vivas garante que o recente encontro com o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para as Questões Políticas, Hailé Menkerios, permitiu às Forças Vivas, opostas a uma eventual candidatura do líder da junta, capitão Moussa Dadis Camara, às eleições presidenciais de Janeiro próximo, fornecer amplas informações sobre as pessoas desaparecidas ou ainda em prisão.
"Apesar das garantias dadas ao emissário do Secretário-Geral das Nações Unidas pelos poderes públicos, estamos preocupados com a segurança das pessoas que serão chamadas a testemunhar (.
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)", disse o opositor.
Ele estima que a decisão do líder da junta de confiar na arbitragem do Presidente Blaise Compaoré, designado medianeiro pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), é ridícula.
Lembre-se que durante a sua estada de 48 horas na Guiné-Conakry, emissário de Ban Ki-moon declarou segunda-feira última que o líder da junta lhe garantiu que ele esperava receber a lista das pessoas desaparecidas e detidas para ordenar a sua localização.
A Organização Guineense dos Direitos Humanos (OGDH), que estima igualmente em mais de 150 pessoas mortas e mais de um milhar de feridos o balanço da repressão violenta da manifestação pacífica de 28 de Setembro, garante ter entregue ao secretário-geral adjunto da ONU para as Questões Políticas uma lista de 80 pessoas desaparecidas.