Oposição denuncia práticas de má governação do novo poder mauritano

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- A Coligação das Forças Democráticas (RFD), um dos principais segmentos da oposição na Mauritânia, denunciou segunda-feira uma alegada má governação sob o regime do novo Presidente Mohamed Ould Abdel Aziz, nomeadamente na distribuição a privilegiados de terras inicialmente destinadas a várias dezenas de milhares de cidadãos das zonas de habitação precárias de Nouakchott.
Numa declaração divulgada na capital mauritana, a RFD afirma, a título ilustrativo, que o loteamento do bairro "Hay Sakine" na comuna de Dar Naim (subúrbio norte de Nouakchott) iniciado pela Agência de Desenvolvimento Urbano (ADU) e pela administração a favor dos mais pobres, beneficiou apenas os ricos homens de negócios, os funcionários desonestos e os traficantes de influência de todo o tipo.
Segundo a formação política, vários milhares de famílias constituídas de viúvas, órfãos, doentes mentais e desempregados encontram-se sem abrigos ou deslocados para zonas inabitáveis, após de mais de 20 anos de espera para que a Justiça seja feita.
A RFD condena estas práticas, exige a anulação da operação "vergonhosa" e lança um apelo para que as famílias destes bairros sejam restabelecidas nos seus direitos ao lojamento decente, segundo critérios de repartição justa e equitativa limitada aos únicos habitantes das zonas abrangidas.
Na sua edição de terça-feira última, o semanário mauritano "Le Calame" divulgou uma reportagem sobre esta operação de distribuição dos terrenos prometidos pelo actual Presidente, Mohamed Ould Abdel Aziz, quando ainda estava à frente da Junta que assumiu o poder.
Na sua reportagem, Le Calame fala "duma verdadeira maquinação (.
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) onde os pobres são mais uma vez as vítimas", citando nomeadamente o caso de personalidades provenientes de bairros chiques de Nouakchott que obtiveram até 85 lotes no quadro desta operação.