Agência Panafricana de Notícias

Oposição denuncia gestão mafiosa de contratos mineiros no Níger

Niamey- Níger (PANA) -- A Coordenação das Forças para a Democracia e Reúplica (CFDR), que agrupa partidos políticos, sindicatos e organizações da sociedade civil opostos à sexta República no Níger, divulgou quinta-feira à noite uma declaração em que ela denuncia "a gestão mafiosa" dos contratos mineiros, implicando próximos do Presidente nigerino Mamadou Tanja.
Segundo a CFDR, o projecto "Tazartché" ou "prolongação de mandato" não visa apenas manter ilegalmente Tanja no poder mas e justifica-se igualmente pela vontade da sua família e do seu clã de controlar os recursos mineiros do Níger.
Tazartché é uma alusão à modificação por referendo da Constituição do Níger por Mamadou Tanja para prolongar por três anos o seu mandato actual que expira em Dezembro.
"O tráfico de influências de altos responsáveis e dos seus próximos permite a obtenção de licenças mineiras e a atribuição de enormes ajustes directos em violação dos procedimentos do Código dos Contratos Públicos", indica a CFDR.
A este propósito, citou como exemplo convenções em virtude das quais "Hadiatoulaye Tanja, filho mais velho de Tanja, e o seu bajulador Ibrahim Hamidou receberam mais de quatro biliões de francos CFA de subornos a título das licenças concedidas à empresa Niger Uranium Corporation".
Lembre-se que no quadro da sua política mineira, o Governo nigerino optou desde 2008 pela diversificação dos seus parceiros com vista a privilegiar unicamente os interesses do Níger, prejudicando assim os seus parceiros tradicionais, à semelhança de Areva, que tinha até aqui o monopólio no sector do urânio.