Agência Panafricana de Notícias

Oposição critica uso de aviões militares em campanha eleitoral do Presidente mauritano

Nouakchott, Mauritânia (PANA) – A oposição mauritana protestou vivamente contra “o uso pelo Presidente cessante, Mohamed Ould Abdal Aziz, dum helicóptero do Exército na sua campanha eleitoral” para as presidenciais de 21 de junho corrente.

O protesto consta duma declaração emitida esta segunda-feira pelo diretor de campanha de Sarr Ibrahima Moctar, candidato presidencial da Aliança para a Justiça e Democracia/Movimento para a Reconciliação (AJD/MR, oposição), Amadou Cheikhou Cissé.

"O nosso Exército, ao escolher alugar os seus helicópteros ao candidato cessante, violou o seu dever de reserva e deita uma séria dúvida sobre a sua capacidade de ser e de continuar a ser uma instituição republicana envolvida exclusivamente no seu papel de defesa do território nacional", deplora o diretor de campanha de Sarr Ibrahima Moctar.

Segundo ele, mesmo sem ter qualquer ilusão sobre a sua neutralidade, é dever da oposição interpelar a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), enquanto garante em princípio da transparência do processo eleitoral, para que o Exército se conforme, como instituição republicana, ao seu dever de reserva em relação ao desenrolar da campanha eleitoral.

Desde 1978, lembre-se, a história política da Mauritânia foi marcada pela presença do Exército no centro do jogo político e no exercício do poder do Estado através de diferentes juntas militares e de antigos oficiais reciclados na política.

A campanha eleitoral para as eleições presidenciais de sábado, 21 de junho, na Mauritânia, foi lançada a 6 deste mesmo mês para um período de duas semanas.

O escrutínio é boicotado pela quase totalidade dos líderes da oposição histórica por "ausência de garantias de transparência”.

-0- PANA SAS/IS/IBA/FK/IZ 16junho2014