Oposição critica Presidente sul-africano por intervenção no Zimbabwe
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) - O principal partido da oposição do Zimbabwe, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), exprimiu as suas preocupações depois de ter sido alegadamente ignorado, no fim de semana, pelo enviados especiais do Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, no Zimbabwe.
O suposto gesto dos emissários sul-africanos foi qualificado como "uma falta de respeito" do gabinete do presidente da União Africana atualmente dirigido pelo chefe de Estado sul-africano.
Sydney Mufamadi, ex-ministro do Governo sul-africano, bem como o antigo presidente da Assembleia Nacional, Baleka Mbethe, e o conselheiro de Ramaphosa, Ngoako Ramathlodi, são os três enviados especiais do chefe de Estado sul-africano.
Eles foram recebidos em audiência pelo Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, que lhes terá dito que não há crise no seu país e que, portanto, não era necessário que eles se reunisseem com os membros da oposição ou da sociedade civil.
Os enviados do Presidente sul-africano tinham agendado um encontro com membros da oposição para falar da situação do país, mas finalmente tiveram que cancelar a reunião sob pressão do Presidente zimbabweano, segundo o MDC.
O principal partido da oposição da África do Sul, a Aliança Democrática (DA), indicou, por seu turno, que o Governo de Mnangagwa "impôs um regime de terror aos cidadãos inofensivos, prendendo jornalistas e ativistas com base em falsas acusações".
"Durante muito tempo, os sucessivos governos do ANC apoiaram consistentemente o ZANU-PF (partido no poder), enquanto espezinhava as liberdades civis com uma impunidade e total desrespeito pela lei.
"O ANC desempenhou um papel catalisador na crise do Zimbabwe, ao ignorar a brutalidade do Estado para com o povo e fechar os olhos à má gestão da economia do país pelas autoridades ”, declarou o parlamentar da Aliança Democrática, Darren Bergman.
Segundo Darren, o Presidente Ramaphosa deverá escolher entre apoiar o povo do Zimbabwe contra a tirania do ZANU-PF ou continuar com a sua política que fracassou, "diplomacia do silêncio".
-0- PANA CU/MA/BAI/BEH/MAR/IZ 11agosto2020