Agência Panafricana de Notícias

Oposição cabo-verdiana adota novo modelo de escolha de candidatos a deputado

Praia, Cabo Verde /PANA) – Vinte e quatro porcento do total de candidatos a deputado pelo
Movimento para a Democracia (MpD) serão escolhidos diretamente pelo presidente do partido, nas próximas eleições legislativas, em Cabo Verde, e os restantes 76 porcento através de sondagem, de acordo com um novo modelo adotado pelo maior partido da oposição cabo-verdiana.

O novo modelo, aprovado no último fim de semana, na cidade da Paia, preconiza que o presidente faz a escolha direta de 34 candidatos, enquanto os restantes 110 serão escolhidos através de sondagem, apurou a PANA, segunda-feira, de fonte partidária.

Em conferência de imprensa, o presidente da mesa da Direção Nacional do MpD, José Luís Livramento, explicou que, com um modelo misto de escolha dos candidatos a deputados, o partido pretende “transmitir confiança ao eleitorado e formar um Parlamento com qualidade”.

José Luís Livramento indicou que os 10 cabeças de listas dos círculos eleitorais no país e os seis nos círculos eleitorais da diáspora, bem como um número de competências técnico-políticas em 18 áreas, que não identificou, serão escolhidos diretamente pelo presidente do partido, em audição prévia das coordenações políticas de concelhias e das representações na diáspora.

"Os restantes candidatos, entre efetivos e suplentes, serão escolhidos com base em sondagens que apurarão, caso a caso, o seu grau de notoriedade, intenção de voto e grau de rejeição no seu círculo eleitoral", adiantou, precisando que o MpD quer que se forme um "Parlamento com a qualidade exigida para a consolidação da democracia".

O partido que foi Governo entre 1991 e 2001 e que está agora na oposição aprovou ainda o modelo para a escolha de candidatos aos órgãos autárquicos, estabelecendo que estes devem obedecer a requisitos de perfil e de compromissos previamente definidos, bem como objetivos adotados em termos de juventude, género e de representatividade social”.

"O perfil dos candidatos deve garantir a vitória nas eleições, uma boa governação e a estabilidade governativa do município e estar de acordo com a conceção de exercício do poder autárquico definida pelo MpD em termos de missão dos municípios", referiu José Luís Livramento.

Segundo ele, a escolha do candidato a presidente da Câmara Municipal nas listas do MpD terá ainda como suporte uma sondagem para apurar, caso a caso, a sua notoriedade e intenção de voto de cada um, num máximo de cinco por cada círculo eleitoral.

O MpD, que ganhou a maioria das 22 câmaras municipais nas últimas autárquicas em Cabo Verde, poderá, no futuro, aprofundar este tipo de primárias, acrescentou.

Avançou que o partido analisou também a situação política e económica de Cabo Verde, que se carateriza pelo “aumento do desemprego, economia estagnada, insegurança e falta de rendimentos”, entre outros fatores que considera prejudicial ao seu desenvolvimento.

Neste sentido, este antigo ministro da Educação nos Governo dos ano 90 considera que a vitória do MpD nas eleições legislativas de 2016 "é fundamental" para proporcionar "mais bem-estar" aos Cabo-verdianos e um "novo rumo" ao país, liderado há 15 anos por um executivo suportado pelo Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV).

-9- PANA CS/IZ 03março2015