Agência Panafricana de Notícias

Oposição ameaça perturbar discurso de Zuma sobre estado da nação na África do Sul

Cidade de Cabo, África do Sul (PANA) – O líder dos Combatentes pela Liberdade Económica (EFF, sigla em inglês), Julius Malema, anunciou quinta-feira que o seu partido projeta perturbar o discurso do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, esperado na próxima semana, sobre o estado da nação.

O virulento líder dos EFF, que quase provocou um motim no ano transato durante o último discurso de Zuma sobre o estado da nação no Parlamento, rejeitou igualmente a oferta deste último de resolver o impasse resultante dos 20 milhões de dólares americanos gastos na renovação da sua residência pessoal.

Afirmou que Zuma levou a população a desconfiar da provedora de justiça, Thuli Madonsela, rejeitando um seu relatório que indicava que o chefe de Estado devia reembolsar « um montante raozável » dos fundos públicos utilizados para reabilitar a sua residência privada.

« Não podemos aceitar uma situação na qual os ingênuos de Zuma insultem a provedora de justiça no Parlamento », indignou-se Malema acrescentando que o seu partido vai fazer com que a África do Sul não se torne num outro país africano inviável.

« Não temos medo de ninguém. Nem de Zuma. Este homem conduz o país à deriva. Não temos medo de sermos espancados. Estamos prontos para o último sacrifício a fim de protegermos a nossa Constituição”, indicou.

Malema exortou os Sul-africanos a aderirem maciçamente, terça-feira próxima, à manifestação prevista na cidade do Cabo para denunciar a corrupção, à semelhança de milhares de pessoas que participaram em dezembro nas marchas organizadas na África do Sul sob o lema « Zuma deve partir ».

Ao invés dele, Mmusi Maimane, líder da Aliança Democrática (AD), principal partido da oposição, declarou quinta-feira última que Zuma deve ser autorizado a pronunciar o seu discurso sobre o estado da nação sem sobressaltos porque, a seu ver, confrontos de dezembro último mancharam a imagem do país.

« É importante que o Presidente informa a população. Por isso, o Parlamento deve ficar funcional e intato. É o local mais indicado para nos exigirmos dos nossos líderes para prestarem contas », declarou Maimane num discurso pronunciado na cidade do Cabo.

-0- PANA CU/AR/ASA/TBM/SOC/MAR/DD 05fev2016