Agência Panafricana de Notícias

Oposição acusada de criar condições para abstenção massiva no Congo

Brazzaville- Congo (PANA) -- O ministro congolês da Administração do Território e Descentralização, Raymond Mboulou, acusou quarta-feira a oposição congolesa de criar as condições para uma abstenção massiva durante as eleições presidenciais de domingo.
"A oposição quer criar as condições para uma abstenção massiva", denunciou Mboulou, apelando às populações a "não ceder ao pânico".
Ele confirmou que o escrutínio será realizado a 12 de Julho de 2009 como previsto.
Cinco candidatos da oposição pedem o adiamento das eleições para permitir a revisão do ficheiro eleitoral.
O presidente do Partido para a Alternância Democrática (PAD, oposição), Emmanuel Nouélondélé, general reformado que não se candidatou, apelou a 1 de Julho último aos Congoleses a organizar "marchas pacíficas em todo o país" para reclamar por um escrutínio livre e transparente.
O ministro indicou que o Governo "não cederá à agitação" e convidou os diplomatas acreditados no Congo a "fazer como São Tomás, deslocando-se no dia das eleições às assembleias de voto" para apreciar o desenrolamento das operações de voto.
"Todos os boletins de voto foram feitos na presença dos representantes dos candidatos e enviados a todos os departamentos.
Quarta-feira de manhã, os prefeitos tranquilizaram-me que toda a logística foi transportada para as aleidas e as assembleias de voto.
Em Brazzaville, tudo está pronto e será enviado sábado 11 de Julho", garantiu.
Por seu truno, o ministro congolês dos Negócios Estrangeiros e Francofonia, Basile Ikouébé, informou os diplomatas acreditados no Congo e os representantes dos parceiros de desenvolvimento sobre as condições de organização das eleições presidenciais de 12 de Julho.
Para ele, a psicose criada no seio da população em redor deste escrutínio apenas é uma "manipulação" de alguns líderes políticos da oposição.
Ikouebé indicou que "alguns espíritos mesquinhos" procuravam traumatizar a população, que pagou um pesado tributo durante as violências que o país conheceu nos últimos anos.
"Eles vão de casa a casa à noite dizer às pessoas que haverá guerra, sobretudo se Denis Sassou N'guesso (Presidente cessante) ganhar.
E que se ele ganhar isto sugere que fez fraude.
O que significa que há um outro candidato que se proclama vencedor antes das eleições.
Se for o caso, o povo sairá à rua", deplorou.
No total, 13 candidatos estão em competição para o escrutínio presidencial no Congo, incluindo o chefe de Estado cessante, Denis Sassou Nguesso, que disputa um novo mandato de sete anos.