PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Oposição acusa Governo de desrespeitar recomendações do FMI sobre economia cabo-verdiana
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição cabo-verdiana, acusou o Governo de desrespeitar as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir os investimentos públicos, apurou a PANA na cidade da Praia de fonte partidária.
"O Governo não pode continuar a assobiar para o lado, mas sim tem de assumir as suas responsabilidades pela situação económica e financeira do país”, declarou o vice-presidente do MpD, Olavo Correia.
Ao comentar o relatório da mais recente missão do FMI a Cabo Verde, terminada na terça-feira passada e em que se recomenda a redução das despesas públicas e dos riscos de um endividamento excessivo, Olavo Correia disse que "o MpD não é parte do problema e quer ser parte da solução".
Neste sentido, o antigo governador do Banco de Cabo Verde (BCV) apresentou medidas que considera essenciais para garantir o crescimento da economia nacional e combater a "estagnação económica que se verificou em 2013".
De entre estas medidas, destacou a necessidade da adoção de limites legais reforçadas para o défice, a dívida pública e a criação de um conselho de finanças públicas".
Olavo Correia, que é habitual porta-vos do MpD para os assuntos económicos, defende que o Governo deve "disponibilizar-se para o diálogo em prol de compromissos a favor do bem comum e da qualidade de vida de todos os Cabo-verdianos", sublinhando que "é preciso mais ação e melhor governação", concluiu
Em declarações no mesmo dia à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), o primeiro-ministro José Maria Neves admitiu haver um desacordo com o FMI sobre a necessidade da redução urgente das despesas públicas em Cabo Verde.
José Maria Neves precisou que o Governo aceita as recomendações do FMI sobre a redução dos investimentos públicos, mas adiantou que essa redução deverá acontecer de forma gradual.
Disse ser seu entendimento que o Governo deve sair do programa de investimentos para que o setor privado possa aproveitar as “oportunidades que emergem” e fazer os “investimentos necessários”.
“O FMI quer uma saída mais brusca, mais rápida dos investimentos públicos e nós estamos a dizer sim, mas devemos ir reduzindo, mas de forma muito gradual, até porque o programa dos investimentos públicos têm sido essencial para fazermos face à crise económica”, sublinhou.
Ademais, acrescentou, o Governo está a trabalhar para criar as condições para que o setor privado possa liderar o processo de crescimento da economia.
No que se refere à divida pública do país, o primeiro-ministro admitiu que o nível de endividamento “é efetivamente elevado”, mas assegurou que o Governo vai também trabalhar para, gradualmente, ir reduzindo o défice público e o endividamento.
Na sua mais recente missão a Cabo Verde, realizada de 15 a 28 de janeiro passado, a equipa do FMI considerou que o Orçamento do Estado para 2014 “é expansionista” e que a dívida pública cabo-verdiana “é elevada”.
Neste sentido, aconselhou as autoridades cabo-verdianas a moderarem os gastos durante o ano corrente e a adotarem um programa de consolidação orçamental mais ambicioso a médio prazo.
A equipa salientou ainda que existe flexibilidade para reduzir o crescimento da despesa corrente e adotar um programa de investimento público um pouco menos ambicioso.
-0- PANA CS/IZ 02fev2014
"O Governo não pode continuar a assobiar para o lado, mas sim tem de assumir as suas responsabilidades pela situação económica e financeira do país”, declarou o vice-presidente do MpD, Olavo Correia.
Ao comentar o relatório da mais recente missão do FMI a Cabo Verde, terminada na terça-feira passada e em que se recomenda a redução das despesas públicas e dos riscos de um endividamento excessivo, Olavo Correia disse que "o MpD não é parte do problema e quer ser parte da solução".
Neste sentido, o antigo governador do Banco de Cabo Verde (BCV) apresentou medidas que considera essenciais para garantir o crescimento da economia nacional e combater a "estagnação económica que se verificou em 2013".
De entre estas medidas, destacou a necessidade da adoção de limites legais reforçadas para o défice, a dívida pública e a criação de um conselho de finanças públicas".
Olavo Correia, que é habitual porta-vos do MpD para os assuntos económicos, defende que o Governo deve "disponibilizar-se para o diálogo em prol de compromissos a favor do bem comum e da qualidade de vida de todos os Cabo-verdianos", sublinhando que "é preciso mais ação e melhor governação", concluiu
Em declarações no mesmo dia à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), o primeiro-ministro José Maria Neves admitiu haver um desacordo com o FMI sobre a necessidade da redução urgente das despesas públicas em Cabo Verde.
José Maria Neves precisou que o Governo aceita as recomendações do FMI sobre a redução dos investimentos públicos, mas adiantou que essa redução deverá acontecer de forma gradual.
Disse ser seu entendimento que o Governo deve sair do programa de investimentos para que o setor privado possa aproveitar as “oportunidades que emergem” e fazer os “investimentos necessários”.
“O FMI quer uma saída mais brusca, mais rápida dos investimentos públicos e nós estamos a dizer sim, mas devemos ir reduzindo, mas de forma muito gradual, até porque o programa dos investimentos públicos têm sido essencial para fazermos face à crise económica”, sublinhou.
Ademais, acrescentou, o Governo está a trabalhar para criar as condições para que o setor privado possa liderar o processo de crescimento da economia.
No que se refere à divida pública do país, o primeiro-ministro admitiu que o nível de endividamento “é efetivamente elevado”, mas assegurou que o Governo vai também trabalhar para, gradualmente, ir reduzindo o défice público e o endividamento.
Na sua mais recente missão a Cabo Verde, realizada de 15 a 28 de janeiro passado, a equipa do FMI considerou que o Orçamento do Estado para 2014 “é expansionista” e que a dívida pública cabo-verdiana “é elevada”.
Neste sentido, aconselhou as autoridades cabo-verdianas a moderarem os gastos durante o ano corrente e a adotarem um programa de consolidação orçamental mais ambicioso a médio prazo.
A equipa salientou ainda que existe flexibilidade para reduzir o crescimento da despesa corrente e adotar um programa de investimento público um pouco menos ambicioso.
-0- PANA CS/IZ 02fev2014