Agência Panafricana de Notícias

ONU prioriza combate a vírus de Ébola

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O chefe da Missão das Nações Unidas para Ação de Emergência contra o Ébola (MINUAUCE), Anthony Banbury, declarou que conter esta epidemia o mais cedo possível constitui a sua prioridade principal.

Falando aos jornalistas esta quarta-feira em Nova Iorque, Banbury disse estar preocupado com o facto de que o número de pessoas infetadas pelo vírus e que morreram na sequência da doença é mais elevado do que o relatado.

Segundo as últimas estatísticas da Organização Mundial Saúde (OMS), há mais de 13 mil casos do vírus do Ébola registados em oito países desde o início da epidemia, com quase cinco mil mortes relatadas.

O emissário da ONU indicou, no entanto, que a principal prioridade é erradicar o vírus do Ébola o mais cedo possível para "a doença, reduzir a transmissão, pôr termo à crise, proteger as comunidades e evitar futuras mortes".

« Se o mundo quiser efetivamente pôr termo à crise do Ébola não deve apenas expulsá-lo, mas dar um avanço sobre ele », afirmou.

O chefe da MINUAUCE notou que a resposta necessária é mais importante do que a que comunidade internacional está em condições de dar, citando a perícia num número incalculável de frentes, incluindo a comunicação, as infraestruturas médicas, passando pelos materiais de construção, bem como pelas necessidades de recursos como as estruturas de tratamento e de assistência, pelo pessoal, pelos equipamentos e pela logística para o apoiar.

« A MINUAUCE está a trabalhar arduamente para reforçar as capacidades no terreno a fim de poder pôr termo a esta crise o mais cedo possível », sustentou.

Banbury acrescentou que é « desolador » ver que os sobrevientes da doença não são bem acolhidos no seu regresso às suas comunidades enquanto eles estão em boa saúde, declarando que « um longo combate nos espera, mas estamos na boa direção ».

O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou ter atingido o seu objetivo de um milhão e 300 mil pessoas nos três países afetados pelo virus do Ébola, nomeadamente a Guiné Conakry, a Serra Leoa e a Libéria.

O PAM indicou que ele reviu doravante as suas necessidades para alargar a sua resposta aos desafios de segurança e nutricionais das comunidades afetadas pelo vírus do Ébola com base nas últimas avaliações disponíveis.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) declarou, por seu lado, que na Serra Leoa os nove primeiros centros comunitários foram concluídos e qualificou-os «de elementos essenciais para colocar a luta contra o vírus no centro das comunidades, onde a agência julga que a batalha contra o vírus será ganha ».

O UNICEF relatou igualmente que na Serra Leoa o seu trabalho de mobilização social permitiu confecionar 200 mil cartazes, 400 mil fascículos e enviar um milhão e 500 mil SMS.

« A preocupação do UNICEF é ajudar as comunidades a proteger-se e estar em condições de ter acesso aos tratamentos de saúde básicos, se um dos seus membros contrair o vírus do Ébola », declarou o coordenador do UNICEF para os Socorros de Emergência da Luta contra Ébola, Peter Salama.

A OMS anunciou que os testes padrões utilizados nos laboratórios móveis, entre outros, durem entre duas e seis horas para a despistagem do Ébola e custam quase 100 dólares americanos, mas estas condições são difíceis atender em zonas oeste-africanas pobres sem recursos, o que limita as capacidades de despistagem.

« Os esforços para conter a epidemia de Ébola na África Ocidental são dificultados por testes lentos e pelo diagnóstico complexo que levantam desafios logísticos suplementares como a necessidade dum nível elevado de bio-segurança para os laboratórios e uma certa perícia do pessoal para a utilização de máquinas sofisticadas », declarou a porta-voz da OMS, Fadela Chaib.

-0- PANA AA/SEG/FJG/IS/IBA/FK/TON 12nov2014