ONU paralisa elevadores na sede por dívidas de países-membros
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - A paralisação dos elevadores na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, figura entre as medidas preconizadas pela organização devido à crise financeira provocada pela acumulação de atrasados dos Estados-membros.
A redução de viagens internacionais e o cancelamento de algumas conferências fazem igualmente parte das "medidas drásticas" que a ONU está atualmente a aplicar para reduzir os encargos, até que os Estados-membros paguem as suas dívidas em atraso.
Segundo o seu porta-voz, a organização está a enfrentar a sua pior crise financeira em quase uma década, está numa altura em que a instituição, pelo inciou negociações com os Estados-membros devedores para saldarem os seus atrasados o mais rápido possível.
Cerca de duas semanas antes, a instituição contabilizou um total de um bilião e 385 milhões de dólares americanos de quotas em atraso de mais de 60 Estados- membros relativamente ao orçamento de 2019.
Até então, dos 193 Estados-membros das Nações Unidas apenas 131 tinham liquidado as suas contribuições de calculadas em um bilião 99 milhões de dólares americanos.
Embora a ONU tenha anunciado segunda-feira que as ilhas Seicheles já pagaram as suas contribuições, elevando o número de Estados-membros não devedores para 132, a organização ainda está atrás de mais de um bilião 300 milhões de dólares americanos.
"Não foram pagos novos fundos integralmente, excepto os das Seicheles anunciados ontem. Continuamos a trabalhar com os Estados-membros para cobrar uma grande parte dos pagamentos antes do final do ano", declarou o porta-voz do Secretário-Geral das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa na sede da organização, em Nova Iorque.
Acrescentou, contudo, que houve "discussões positivas" e que alguns Estados-membros efetuaram "pagamentos parciais".
A défice persistente das contribuições dos membros das Nações Unidas provém de sete dos 132 Estados-membros devedores, que representam 97 por cento dos pagamentos em atrasos.
Trata-se dos Estados Unidos, do Brasil, da Argentina, do México, do Irão, de Israel e da Venezuela.
Como consequência, disse Dujarric, a ONU está atualmente a aplicar medidas drásticas para reduzir os encargos, até que os Estados-membros paguem as suas dívidas em atraso.
"As medidas incluem a paralisação dos elevadores na sede das Nações Unidas, a redução das viagens internacionais e o cancelamento de algumas conferências", precisou.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, advertiu que o não pagamento das contribuições dos membros poderá ter um impacto negativo nas operações internacionais da organização se ela não receber esses fundos a tempo.
-0- PANA TZ/RA/ASA/DIM/IZ 23out2019