ONU mantém missão da paz no Mali apesar de golpe de Estado
Nova Iorque , Estados Unidos (PANA) - As Nações Unidas continuam a controlar a situação em curso no Mali, onde soldados detiveram o Presidente e vários membros do seu Governo na sequência dum golpe de Estado militar perpetrado terça-feira.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, continua a acompanhar a evolução da situação "muito estreitamente e com uma profunda preocupação”, declarou quarta-feira, em Nova Iorque, o seu porta-voz, Stephane Dujarric.
Um comunicado da ONU lembra que Guterres condenou a rebelião, no Mali, apelando para o regresso à ordem constitucional e ao Estado de Direito.
Também os Estados-membros da organização condenaram "com firmeza" a rebelião e insistiram na “necessidade urgente de restabelecer o Estado de Direito e progredir para o regresso à ordem constitucional”, de acordo com um comunicado publicado quarta-feira.
O deposto Presidente Ibrahima Boubacar Keïta, dirigiu o Mali, nos últimos sete anos.
Nas últimas semanas, manifestantes pediam a sua demissão alegadamente devido à corrupção e à incapacidade das autoridades de resolver a insegurança crescente nas regiões norte e centro do país.
O Presidente Keïta anunciou, terça-feira à noite, a sua demissão, e os chefes dos amotinados anunciaram a sua intenção de instalar uma administração civil e organizar novas eleições.
Por outro lado, as operações continuam a nível da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA), que apoia o processo político e a reconciliação no país.
Os capacetes azuis exercem igualmente várias tarefas para garantir a proteção e a estabilidade dos civis.
"Os nossos colegas no terreno dizem que o trabalho da Missão de Manutenção da Paz da ONU deve e vai continuar para apoiar o povo do Mali, e em relação estreita com os Malianos, incluindo as forças de defesa e segurança no norte e no centro, onde a situação continua preocupante”, disse Dujarric.
A MINUSMA representa a operação da ONU mais perigosa do Mundo.
Quase 130 capacetes azuis foram mortos em atos malevolentes, declarou em junho último o responsável da ONU no Conselho de Segurança.
A Missão foi criada, em 2013, na sequência de um outro golpe de Estado militar e da ocupação do norte do Mali por islamitas radicais no ano anterior.
O Governo e os representantes das duas coligações de grupos armados assinaram, em 2015, um acordo de paz, em Argel, capital argelina.
-0- PANA MA/NFB/JSG/FK/IZ 20agosto2020