Agência Panafricana de Notícias

ONU interpela Presidente sudanês sobre situação em Darfur

Nova Iorque- Estados Unidos (PANA) -- O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, convidou numa conversa telefónica o Presidente sudanês a obter a libertação de dois membros da Missão da ONU e da União Africana em Darfur (MINUAD), feitos reféns há cerca de 100 dias, soube a PANA de fonte oficial na sede da ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral da ONU insistiu igualmente no facto de que a situação é crítica, já que um dos reféns está gravemente doente.
O novo porta-voz da ONU, Martin Nesirky, declarou aos repórteres da ONU que o Secretário-Geral instou domingo o chefe de Estado sudanês a discutir com ele o rumo dos trabalhadores raptados em Darfur.
Ele indicou que os dois oficiais discutiram igualmente o assassinato, no fim-de-semana, de cinco soldados da paz num ataque na região oeste do Sudão.
Os dois reféns, um homem e uma mulher, foram raptados em Darfur Ocidental desde 29 de Agosto último.
"O Presidente sudanês assegurou ao Secretário-Geral que tudo será feito para obter a sua libertação", afirmou.
Ele acrescentou que Ban Ki-moon pediu que os autores dos dois ataques do fim-de-semana contra capacetes azuis em Darfur, nos quais cinco soldados ruandeses perderam a vida, sejam julgados.
Os cinco capacetes azuis ruandeses foram mortos em incidentes separados sexta-feira e sábado, o que eleva para 22 o número total de soldados mortos em Darfur desde o desdobramento da MINUAD em finais de 2008.
"El Béshir indicou ter dado instruções às suas forças de segurança para que os autores destes ataques sejam detidos o mais rápido possível", disse Nesirky.
Segundo o porta-voz das Nações Unidas, na sua conversa telefónica com El Béshir, o Secretário-Geral da ONU exprimiu a sua gratidão ao Governo sudanês pelo seu apoio por ocasião da nomeação do professor Ibrahim Gambari como representante especial conjunto da MINUAD.
O Conselho de Segurança da ONU instaurou a MINUAD em 2007 para tentar controlar a guerra civil que dura há seis anos em Darfur, no oeste do Sudão, que fez cerca de 300 mil mortos e dois milhões e 700 mil desaparecidos.