Agência Panafricana de Notícias

ONU insta Sudão e Sudão-Sul a resolveram seus desacordos

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - O Scretário-Geral (SG) da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, manifestou a sua preocupação com a ausência de avanço nas negociações para resolver divergências entre o Sudão e o Sudão-Sul, indica um comunicado transmitido sábado à PANA em Nova Iorque.

No mesmo comunicado, Ki-moon disse preocupar-se igualmente com a possibilidade duma escalada de tensão entre as duas partes após as decisões unilaterais tomadas pelos dois Governos a propósito do seu desacordo sobre os recursos petroleíros.

Ele convidou os dois países a relançar o processo de negociação durante a sua reunião na capital etíope, Addis Abeba.

Convidou igualmente as autoridades dos dois países a passarem acordos sobre todos os pontos de desacordo.

"Chegou o momento para os dirigentes dos dois países fazerem os compromissos necessários, que vão garantir mais uma vez um futuro pacífico e próspero para as duas nações", afirmou.

O Sudão do Sul tornou-se num Estado independente em julho último, seis meses após os seus habitantes terem votado, com maioria esmagadora, a sua secessão do Sudão.

As tensões entre os dois países a propósito de desacordos fronteiriços não resolvidos continuaram latentes.

Um desacordo a propósito das tarifas aplicadas pelo Sudão ao Sudão-Sul para o uso dum oleoduto e dum porto para a exportação do petróleo fez subir recentemente a tensão nas suas já tumultuosas relações.

Por outro lado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou precisar de 145 milhões de dólares americanos suplementares para ajudar dezenas de milhares de refugiados chegados à Etiópia e ao Sudão-Sul após terem fugido do Nilo Azul e e Kordofan-Sul (sul do Sudão) por causa dos combates,

Trata-se de combates com armas pesadas entre as Forças Armadas Sudanesas e o Movimento-Norte de Libertação do Povo Sudanês (SPLM-Norte) em Kordofan Sul e no Nilo Azul, segundo o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.

Sublinhou que a sua agência pressente que pessoas vão continuar a fugir nos próximos meses com a prosseguição dos confrontos e a degradação das condições humanitárias nas zonas de conflito.

"No Sudão-Sul, a região de Elfoj, no Estado do Alto Nilo, e o campo de refugiados de Yida no Estado de Unity foram alvo dos ataques aéreos", indicou Edwards.

De acordo com Edwards, "o ACNUR deslocou 20 mil refugiados dos sítios fronteiriços onde a situação está precária, desde a 06 de janeiro último, para instalá-los nos novos campos".

"Na região etíope de Assosa, o deslocamento dos refugiados das regiões fronteiriças intensificou-se nestas últimas semanas, consequência dos combates no Nilo Azul e do fim do período das colheitas para os agricultores perto da fronteira.

"Os dois campo estão cheios e os recém-chegados estão albergados num cemtro de trânsito até que um terceiro campo possa ser montado", sublinhou o porta-voz do ACNUR.

Ele acrescentou que, em dezembro de 2011,, a agência organizou uma ponte aérea para trazer material, como tendas, jerricãs, ustensílios de cozinha, aos refugiados no Sudão-Sul.

A PANA soube que o apelo para um financiamento de 145 milhões de dólares é para se juntar ao orçamento previsto deste ano pelo ACNUR de 269,1 milhões de dólares americanos destinados ao programas na Etíopia e no Sudão-Sul.

-0- PANA AA/VAO/FJG/JSG/CJB/DD 11fev2012