ONU elogia Cabo Verde por esforcos para descarbonização e energias renováveis
Praia, Cabo Verde (PANA) - A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Patrícia Graça, considerou, quinta-feira, "louváveis" os esforços que Cabo Verde vem fazendo na descarbonização e implementação das energias renováveis.
O arquipélago é já uma referência em África nestes domínios, sublinhou Ana Patrícia Graça, quando participava num seminário virtual sob o lema "Mobilidade Elétrica em Cabo Verde, uma referência em África rumo a um futuro sustentável."
Assinalou a importância dos investimentos feitas pelo país na energia verde para o desenvolvimento sustentável, sublinhando que é "uma temática central" para a Organizacão das Nações Unidas (ONU).
O seminário integra a iniciativa 'Green Talks' (conversas sobre investimentos verdes) organizada há vários dias por Portugal e que prepara, em várias cidades africanas e europeias, um fórum de alto nível UE-África sobre Investimento Verde.
O evento é promovido pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento, com a participação de ministros de países dos dois continentes, comissários da Comissão Europeia e da Comissão da União Africana, líderes empresariais e de organizações da sociedade civil.
Ao intervir no evento, o embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Moniz, manifestou a vontade do seu país de ajudar o arquipélago a atingir a meta de substituição, até 2050, do parque de veículos com motores térmicos por veículos elétricos, esperando, para isso, mais parcerias com empresas e autoridades cabo-verdianas.
"Portugal, com toda a experiência que tem na mobilidade elétrica, está pronto também para dar o apoio, contribuir para que haja mais parcerias entre empresas portuguesas e cabo-verdianas e autoridades cabo-verdianas", disse o diplomata.
Segundo António, o Fórum de Alto Nível UE-África, vai decorre a 23 de abril em Lisboa, a capital portuguesa, vai debruçar-se sobre o futuro verde de África e novas vias de investimentos, tendo como propósito pôr diversos atores nesta matéria em contacto, nomeadamente o setor público e setor privado, que incluem as entidades governamentais, organizações internacionais, a sociedade civil, empresas e universidades.
"Foi a embaixada de Portugal que sugeriu que a mobilidade elétrica fosse discutida em Cabo Verde, país que já tem um plano de ação e um programa para a descarbonização nos transportes até 2050", disse o diplomata.
Cabo Verde tem todas as condições para produção de energia elétrica através das fontes de energias renováveis, porque tem sol, vento, ondas do mar, tudo em grande abundância, acrescentou.
"Julgamos que existem condições ótimas para se prosseguir com projetos nessa área, que já estão a ser perseguidos por alguns países e algumas agências", frisou.
Para o diplomata português, Cabo Verde também poderia ser um dos países pioneiros em matéria de mobilidade elétrica em África, sendo prova disso já haver carros a circularem movidos a eletricidade no arquipélago.
Além disso, desafiou o país a fazer "projetos de larga escala", como a construção de redes de energia elétrica para abastecer veículos.
"Cabo Verde, além de ter condições ótimas para prossecução de projetos nesta área, poderia também dar o exemplo a todos os outros países em África, sendo uma espécie de país pioneiro nesta matéria, e atingir o objetivo de descarbonização no mais breve prazo possível", concluiu o embaixador.
Do seu lado, o diretor nacional da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Rito Évora, afirmou que o país está a "dar passos decisivos em relação à mobilidade elétrica".
Explicou que há "eixos estratégicos de investimento em infraestruturas estratégicas", incluindo através de "investimentos capitalizadores e aceleradores desta transição".
"O Estado e o Governo vão continuar a mobilizar todas as parcerias necessárias para fazer investimentos e fundos concessionários para o efeito", adiantou Rito Évora.
-0- PANA CS/DD 15abril2021