PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
ONU destaca exemplo de Cabo Verde no cumprimento dos ODM
Praia- Cabo Verde (PANA) -- A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Petra Lantz, considera que o mundo deve estudar o caso do arquipélago, um país que embora sem recursos está em condições de atingir todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) em 2015.
Falando à imprensa terça-feira a propósito da Cimeira da ONU sobre os ODM, que se realiza em Nova Iorque entre 20 e 22 de Setembro, Petra Lantz sublinhou que Cabo Verde "é, de facto, um país único", daí a "máxima" que, conforme ela, já começou a ser usada nos meios diplomáticos internacionais em relação arquipélago: "no resources, no problems" (sem recursos, sem problemas).
A diplomata de nacionalidade sueca realçou que Cabo Verde "está no caminho correto e tem a certeza do dever cumprido", enquanto muitos outros países, com recursos naturais, "estão longe de alcançar os resultados" já alcançados por este pequeno arquipélago africano de apenas 4 mil e 33 quilómetros quadrados e cerca de 500 mil habitantes.
No entanto, a diplomata da ONU, apesar que reconhecer que Cabo Verde está prestes a cumprir com os ODM, avisa que há ainda muito caminho a percorrer e que as autoridades locais não devem perder de vista os problemas que ainda subsistem, "e que são muitos".
Citou o caso do desemprego (13 porcento da população ativa, segundo a nova metodologia do Instituto Nacional de Estatísticas de Cabo Verde (INE) e 23 porcento segundo o método antigo) que, segundo ela, é um ponto "menos bom", a par das preocupações ambientais, das energias renováveis, das disparidades regionais, da água e do saneamento.
Numa análise objetiva, Petra Lantz salientou a questão da erradicação da pobreza extrema e da fome, lembrando que, segundo os dados mais recentes, Cabo Verde conseguiu reduzir a percentagem da população mais pobre de 49 porcento, em 1990, para 26 por cento em 2007, e "talvez" para 24 porcento em 2009.
Em relação à fome, no mesmo período, baixou de 22 para 13 porcento, o que a diplomata onusina considerou "extraordinário", ressalvando, porém, que ainda há muitas pessoas a viver na pobreza no arquipélago.
Referiu que a educação primária universal, segundo ODM, está a níveis do "primeiro mundo", pois existe uma taxa de escolaridade "de mais de 90 por cento", quando em 1990 era apenas de 72 por cento.
A evolução da promoção da igualdade do género, terceiro ODM, é, para Petra Lantz, "muito interessante", pois, por exemplo, há mais mulheres do que homens no Governo, embora no Parlamento a subida entre 1990 e 2010 tenha ficado aquém das expetativas (de 11 para 21 porcento).
Em relação ao quarto e quinto ODM, a redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde materna, Petra Lantz lembrou que a taxa desceu de 56 mortes de crianças até aos cinco anos por cada 100 mil partos para 21 em 2010, "o que mostra o empenho e determinação" das autoridades cabo-verdianas, "que têm margem para a descer ainda mais", sublinhou.
Em 1995, morreram 95 mães por cada 100 mil partos e em 2007 o número baixou para 16.
Outro ODM atingido é o combate à SIDA, ao paludismo e a outras doenças, porque Cabo Verde conseguiu suster a evolução das doenças, mantendo, por exemplo, a taxa de infeção com o vírus do VIH estabilizada em 0,7 porcento há vários anos.
Neste capítulo, os casos de paludismo também foram reduzidos assim como os da tuberculose.
A sustentabilidade ambiental, sétimo ODM, está também a evoluir, devido aos programas e aos planos traçados por Cabo Verde, mas o país terá de investir mais em energias renováveis, na captação de água potável e no saneamento.
Petra Lantz recordou que em 1990 apenas 40 por cento da população tinha acesso à água potável, em 2007 subiu para 90 por cento, mas a "inconsistência" no abastecimento é ainda deficiente.
A representante da ONU em Cabo Verde afirmou que o desenvolvimento de uma parceria global para o desenvolvimento está patente nas relações que o arquipelágo tem mantido, pois, apesar de ser um país de rendimento médio, ainda continua a necessitar de assistência financeira internacional.
Falando à imprensa terça-feira a propósito da Cimeira da ONU sobre os ODM, que se realiza em Nova Iorque entre 20 e 22 de Setembro, Petra Lantz sublinhou que Cabo Verde "é, de facto, um país único", daí a "máxima" que, conforme ela, já começou a ser usada nos meios diplomáticos internacionais em relação arquipélago: "no resources, no problems" (sem recursos, sem problemas).
A diplomata de nacionalidade sueca realçou que Cabo Verde "está no caminho correto e tem a certeza do dever cumprido", enquanto muitos outros países, com recursos naturais, "estão longe de alcançar os resultados" já alcançados por este pequeno arquipélago africano de apenas 4 mil e 33 quilómetros quadrados e cerca de 500 mil habitantes.
No entanto, a diplomata da ONU, apesar que reconhecer que Cabo Verde está prestes a cumprir com os ODM, avisa que há ainda muito caminho a percorrer e que as autoridades locais não devem perder de vista os problemas que ainda subsistem, "e que são muitos".
Citou o caso do desemprego (13 porcento da população ativa, segundo a nova metodologia do Instituto Nacional de Estatísticas de Cabo Verde (INE) e 23 porcento segundo o método antigo) que, segundo ela, é um ponto "menos bom", a par das preocupações ambientais, das energias renováveis, das disparidades regionais, da água e do saneamento.
Numa análise objetiva, Petra Lantz salientou a questão da erradicação da pobreza extrema e da fome, lembrando que, segundo os dados mais recentes, Cabo Verde conseguiu reduzir a percentagem da população mais pobre de 49 porcento, em 1990, para 26 por cento em 2007, e "talvez" para 24 porcento em 2009.
Em relação à fome, no mesmo período, baixou de 22 para 13 porcento, o que a diplomata onusina considerou "extraordinário", ressalvando, porém, que ainda há muitas pessoas a viver na pobreza no arquipélago.
Referiu que a educação primária universal, segundo ODM, está a níveis do "primeiro mundo", pois existe uma taxa de escolaridade "de mais de 90 por cento", quando em 1990 era apenas de 72 por cento.
A evolução da promoção da igualdade do género, terceiro ODM, é, para Petra Lantz, "muito interessante", pois, por exemplo, há mais mulheres do que homens no Governo, embora no Parlamento a subida entre 1990 e 2010 tenha ficado aquém das expetativas (de 11 para 21 porcento).
Em relação ao quarto e quinto ODM, a redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde materna, Petra Lantz lembrou que a taxa desceu de 56 mortes de crianças até aos cinco anos por cada 100 mil partos para 21 em 2010, "o que mostra o empenho e determinação" das autoridades cabo-verdianas, "que têm margem para a descer ainda mais", sublinhou.
Em 1995, morreram 95 mães por cada 100 mil partos e em 2007 o número baixou para 16.
Outro ODM atingido é o combate à SIDA, ao paludismo e a outras doenças, porque Cabo Verde conseguiu suster a evolução das doenças, mantendo, por exemplo, a taxa de infeção com o vírus do VIH estabilizada em 0,7 porcento há vários anos.
Neste capítulo, os casos de paludismo também foram reduzidos assim como os da tuberculose.
A sustentabilidade ambiental, sétimo ODM, está também a evoluir, devido aos programas e aos planos traçados por Cabo Verde, mas o país terá de investir mais em energias renováveis, na captação de água potável e no saneamento.
Petra Lantz recordou que em 1990 apenas 40 por cento da população tinha acesso à água potável, em 2007 subiu para 90 por cento, mas a "inconsistência" no abastecimento é ainda deficiente.
A representante da ONU em Cabo Verde afirmou que o desenvolvimento de uma parceria global para o desenvolvimento está patente nas relações que o arquipelágo tem mantido, pois, apesar de ser um país de rendimento médio, ainda continua a necessitar de assistência financeira internacional.