ONU denuncia violação de embargo de armas contra Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) – O embargo de armas imposto à Líbia, em 2011, pelo Conselho de Segurança das Nações Unida é violado desde o seu começo por países que assinaram a decisão, denunciou o representante especial do Secretário-Geral da ONU, Ghassan Salamé.
Sem citar os países-membros da ONU que violam a resolução que proíbe a venda de armas à Líbia, Salamé disse que "estas violações aumentaram desde o início da guerra de Tripoli, a 4 de abril último”.
Países como o Egito, a Jordânia, a Turquia, o Sudão, os Emirados Árabes Unidos, a Bielorrússia, França e a Rússia são frequentemente acusados de violarem o embargo de armas contra a Líbia.
Segundo Salamé, que falava quinta-feira numa entrevista à rádio pública argelina, as grandes potências possuem informações sobre os exportadores das armas que chegam às partes em conflito na Líbia, "mas não as partilham com as Nações Unidas”.
Uma Conferência Internacional sobre a Líbia está prevista para dezembro próximo, em Berlim, capital alemã, devendo agrupará as grandes potências membros do Conselho de Segurança e alguns países envolvidos no conflito líbio.
O encontro deverá permitir reflexões sobre a adoção de um cessar-fogo, na Líbia e a consolidação do embargo para cessar o fluxo de armas que agravam o conflito neste país da África do Norte.
Confrontos armados eclodiram a 4 de abril último, nos arredores de Tripoli, entre as forças rebeldes lideradas pelo marechal Khalifa Haftar e as tropas governamentais, fazendo vários milhares de mortos e feridos e mais de 120 mil deslocados civis, segundo as as Nações Unidas.
Na sua entrevista à rádio argelina, Salamé declarou que o relatório anual do Comité de Peritos do Conselho de Segurança, que será anunciado nos próximos dias, indicará numerosas violações das exportações de armas para as partes em conflito.
"Não recebemos o relatório até ao presente, apesar das fugas que deram conta de alguns elementos do relotório", disse.
Ele acrescentou que as Nações Unidas "não possuem mecanismo para acompanhar o embargo de armas via satélites, mas tem a legitimidade de pedir aos países dotados destas capacidades para ajudar a conhecer os países que fornecem armas à Líbia pelas vias terrestre, marítima ou aérea”.
-0- PANA BY/JSG/FK/IZ 14nov2019