ONU defende necessidade de solução política para crise na Líbia
Trípoli, Líbia (PANA) - O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sublinhou quarta-feira, em Nova Iorque (Estados Unidos), a necessidade de se encontrar uma solução política para a crise na Líbia.
Intervindo durante uma sessão do Conselho de Segurança (CS) da ONU sobre a Líbia, Guterres exprimiu a sua “preocupação" face à escalada militar, à intervenção militar estrangeira e à violação do embargo sobre as armas na Líbia.
"A escalada militar deve cessar na Líbia, e deve-se ir para o diálogo. As nossas discussões atuais concentram-se na necessidade da retirada dos mercenários”, insistiu o SG da ONU, sublinhando a sua “preocupação pelos deslocados da Líbia.”
Reafirmou o seu apelo a um cessar-fogo neste país da África do Norte, lembrando, diante da sessão do CS, os últimos desenvolvimentos na Líbi.
Durante esta sessão, por videoconferência, ele contactou o presidente do Conselho Presidencial do Governo líbio de União Nacional, Fayez Al-Sarraj, e o líder da rebelião na Líbia, o marechal Khalifa Haftar, pedindo-lhes para observarem um cessar-fogo.
O SG da ONU alertou que o conflito, na Líbia, entrou numa nova etapa, e que a intervenção estrangeira atingiu níveis sem precedentes.
"Houve uma violação do embargo sobre as armas impostas à Líbia, e a escalada deve ser parada e um diálogo iniciado”, preconizou Guterres, exprimindo a sua preocupação relativa à questão do reforço militar e ao nível elevado da intervenção estrangeiras direta na Líbia.
Guterres apelou ao CS para utilizar instrumentos especiais com vista a acelerar o processo político na Líbia.
Lembrou, por outro lado, que, desde o início de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registou 21 ataques perpetrados contra instalações médicas na Líbia.
Acrescentou que o número de pessoas afetadas pela guerra no país atingiu 400 mil indivíduos.
Sublinhou que 30 mil pessoas fugiram, deplorando igualmente que minas e engenhos explosivos as matem quando fugem dos campos de batalha.
Mencionou ainda o caso das valas comuns de Tarhouna (norte líbio), sublinhando que o Tribunal Penal Internacional (TPI) não hesitará em investigar sobre esta matéria.
-0- PANA BY/IS/FK/DD 8julho2020