ONU condena raide aéreo contra aeroporto de Maitigua, em Tripoli
Tripoli, Líbia (PANA) – O representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e chefe da Missão da ONU de Apoio à Líbia (UNSMIL), Ghassan Salamé, condenou o ataque aéreo perpetrado segunda-feira última por um avião do Exército Nacional líbio (Exército paralelo), baseado no leste, contra o aeroporto de Maitigua, o único aeroporto operacional da cidade capital utilizado para fins civis.
"Enquanto tal, este ataque constitui uma violação grave do direito internacional humanitário que proíbe os ataques contra infraestruturas civis”, indignou-se Salamé, num comunicado publicado pela UNSMIL.
A seu ver, este ataque inscreve-se no quadro duma escalada da violência no terreno, nas zonas em torno de Tripoli e no oeste da Líbia.
Acrescentou que “as Nações Unidas estão profundamente preocupadas com o bem-estar da população civil face à violência em curso e as consequências do ataque contra o aeroporto”.
Contudo, o representante especial do Secretário-Geral da ONU advogou a cessação imediata de qualquer operação aérea suplementar com vista a resolver o conflito e limitar as perspetivas da sua eclosão suscetíveis de mergulhar o país numa guerra civil.
Exortou a todos os Estados-membros das Nações Unidas a utilizarem a sua influência sobre as partes em conflito para porem termo aos conflitos e lançarem um diálogo imediato com vista a chegarem a uma solução política.
A tráfego aéreo foi suspenso segunda-feira no aeroporto internacional Maitigua, nos arredores do leste de Tripoli, depois de alvejado por raides aéreos lançados por aviões de combate controlados pelo Exército Nacional líbio, dirigido pelo marechal Khalifa Hafter.
Desde o anúncio duma operação militar na capital pelo Exército Nacional líbio, autor do ataque de quinta-feira última, contra a cidade capital, Tripoli e a província ocidental, foram registados mais de 46 mortos e mais de 50 feridos durante confrontos com as forças leais ao Governo de União Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, no sul do país.
Os confrontos fizeram dois mil e 800 deslocados, segundo a coordenadora humanitária da ONU na Líbia, Maria Ribeiro, que deplorou, segunda-feira última, o facto de os civis não terem acesso aos cuidados médicos de mergência nas zonas de combates, perto de Tripoli.
-0- PANA BY/IS/SOC/FK/DD 9abril2019