ONU condena com firmeza horrível ataque contra escola no sudoeste dos Camarões
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - As Nações Unidas condenaram com firmeza o ataque perpetrado sábado contra uma escola do sudoeste dos Camarões que fez oito mortos e 12 feridos, soube a PANA de fonte oficial.
Um grupo de homens armados atacaram, a 24 de outubro corrente, a Academia Internacional Bilingue Dona Francisca, em Kumba, no sudoeste dos Camarões, uma conturbada província, de acordo com um comunicado das Nações Unidas publicado segunda-feira.
Segundo a imprensa local, as vítimas tinham idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou às autoridades camaronesas para realizarem um inquérito a fim de que os responsáveis pelo sucedido possam responder pelos seus atos em tribunal, declarou o seu porta-voz num comunicado.
"Este ataque constitui lembrança de maneira inquietante um outro em que morreram civis, incluindo crianças, maioritariamente privadas do seu direito à educação”, lamentou o comunicado.
Segundo Guterres, ataques perpetrados contra estabelecimentos escolares são uma grave violação dos direitos da criança.
Também apelou a todos os atores armados para se absterem de qualquer ataque contra civis e respeitarem o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos.
Também preconizou um cessar-fogo global, reiterando a disponibilidade das Nações Unidas de apoiar um processo de diálogo inclusivo que culmine numa resolução da crise nas províncias do noroeste e sudoeste dos Camarões.
Numa declaração separada, Henrietta Fore, diretora-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), condenou igualmente “com veemência“ o ataque.
"O último fim de semana foi mortífero para alunos do Afeganistão e dos Camarões”, delarou a reponsável onusina, referindo-se igualmente ao ataque perpetrado contra um centro educativo em Cabul, no Afeganistão.
"Estou chocada e indignada com estes abomináveis ataques, e condeno-os com firmeza. Os ataques contra a educação representam uma grave violação dos direitos da criança”, acrescentou Fore.
Lembrou que as escolas devem ser lugares de segurança e aprendizagem mas “não armadilhas mortíferas.”
De acordo com o coordenador humanitário das Nações Unidas nos Camarões, Matthias Z.Naab, esta ofensiva, que é a pior atrocidade desde o reinício do ano letivo, a 5 de outubro corrente.
Salientou que mais alunos se inscreveram nas províncias do noroeste e sudoeste dos Camarões que nos últimos anos.
Distúrbios em algumas províncias dos Camarões afetaram a escolarização e o acesso à educação, lamentou.
"As crianças têm direito à educação. A violência contra escolas e alunos inocentes é inaceitável em qualquer circunstância, e pode constituir um crime contra a humanidade, se ela for comprovada em tribunal", advertiu Naab.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas forneceu material médico ao hospital local, e a Organização Não Governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF), a sua ajuda em matéria de equipamentos e pessoal médico.
A ONU continuará a apoiar os esforços do Governo e de ONG dando assistência médica necessária aos feridos, acrescentou Naab.
-0- PANA MA/VAO/BAI/TBM/FK/DD 27out2020