ONU condena ataques aéreos contra civis na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) – O representante especial adjunto das Nações Unidas e coordenador humanitário para a Líbia, Yacoub El Hillo, condenou terça-feira os ataques aéreos dos últimos dias nas diferentes regiões do país que fizeram vítimas entre civis.
Os ataques aéreos "mataram civis, na sua maioria crianças e mulheres", acrescentou El Hillo, citado por um comunicado divulgado em Tripoli pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL).
Segundo El Hillo, os civis na Líbia, em particular as crianças, continuam a pagar o preço mais alto de um conflito "que eles não decidiram nem querem”.
“Estou chocado por estes horríveis ataques que constituem uma outra violação flagrante do Direito Internacional Humanitário e dos Direitos Humanos”, acrescentou o responsável onusino.
El Hillo reiterou o seu apelo a todos para assumir as suas responsabilidades diante do Direito Internacional Humanitário e dos Direitos Humanos, sublinhando a necessidade de parar estes ataques imediatamente contra civis e agentes de saúde, bem como infraestruturas civis, incluindo hospitais e escolas.
Um ataque aéreo atribuído à rebelião do marechal Khalifa Haftar fez domingo cinco mortos e 10 feridos, incluindo crianças e mulheres, na zona de Al-Swani, sul de Tripoli, onde combates decorrem desde a 4 de abril.
Além disso, nove pessoas morreram em bombardeamentos aéreos perpetrados por tropas de Haftar na cidade de Oum al-Araneb, no sul do país.
A Líbia está confrontada, desde 2011, com a insegurança marcada por confrontos armados, depois da Revolução de 17 de Fevereiro, que destituiu o regime de Muamar Kadafi.
Esta situação foi agravada pela ofensiva lançada há mais de sete meses pelas forças do marechal Khalifa Haftar para controlar Tripoli, sede do Governo de União Nacional dirigido por Fayez al-Sarraj, reconhecido pela comunidade internacional e cujas tropas têm estado a conter os assaltantes na periferia da cidade.
A nível político, as Nações Unidas preparam uma Conferência Internacional de Berlim (Alemanha) sobre a Líbia, em meados de janeiro próximo, para adotar um cessar-fogo, conter o fluxo das armas e relançar o processo político, em prelúdio a um acordo entre Líbios para resolver a crise.
-0- PANA BY/JSG/MAR/IZ 03dez2019