ONU condena assassinato de refugiado eritreu na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - O coordenador humanitário das Nações Unidas para a Líbia, Yacoub El Hillo, condenou “com firmeza” o assassinato de um requerente de asilo eritreu de 15 anos de idade, a 10 de novembro corrente, num refúgio para migrantes clandestinos, em Tripoli.
"Estou chocado e profundamente entristecido pela morte de um jovem requerente de asilo eritreu, ontem (terça-feira), num refúgio em Tripoli”, disse El Hillo, num comunicado publicado quarta-feira à noite no site da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL).
Como vários Líbios,prosseguiu, os migrantes, os refugiados e os requerentes de asilo "continuam a pagar o preço da crise prolongada no país”.
Hillo exortou “as autoridades líbias a realizar um inquérito aprofundado sobre este incidente e levar os a Tribunal. Os responsáveis por estes ataques devem responder pelos seus atos”, disse.
O comunicado lembra que o incidente ocorreu, na madrugada de terça-feira, quando um grupo de seis homens, que transportava objetos pesados e uma arma de fogo, entrou no refúgio, no biarro de Gergaresh, em Tripoli, e começou a disparar, matando a vítima e ferindo dois outros na cabeça.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) confirmou que a vítima esperava a sua reinstalação fora da Líbia, num país terceiro, precisou a mesma fonte.
Quase cinco mil e 600 requerentes de asilo e refugiados eritreus foram registados pelo ACNUR e vivem em zonas urbanas, na Líbia, onde as condições continuam muito difíceis, de acordo com a MANUL.
"Muitos refugiados e migrantes na Líbia relatam que uma das suas maiores preocupações diárias é a criminalidade, incluindo o rapto contra o pagamento de um resgate e a perseguição por elementos armados”, acrescentou.
A Missão da ONU indicou ainda que, em janeiro último, dois requerentes de asilo eritreus foram igualmente abatidos no seu alojamento, em Tripoli.
Em maio último, acrescentou, 30 migrantes foram abatidos e 11 outros ficaram feridos num entreposto de contrabando da cidade de Mizdah”.
A ONU apelou às autoridades para abrir imediatamente um inquérito sobre o incidente e levar os responsáveis a Tribunal, lembrou a MANUL no seu comunicado.
-0- PANA BY/JSG/FK/IZ 12nov2020