Agência Panafricana de Notícias

ONU apela a respeito de direitos dos povos autóctones

Dakar- Senegal (PANA) -- O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki- moon, lançou um apelo aos Governos e às sociedades civis para agir com diligência e determinação com vista colmatar o fosso "persistente e importante" entre o reconhecimento oficial dos direitos dos povos autóctones e a situação real no terreno.
Ban Ki-moon enviou esta mensagem ao mundo inteiro por ocasião da celebração este domingo do Dia Internacional dos Povos Autóctones, que sublinha os progressos insuficientes realizados pelos Governos, nomeadamente no sector da saúde.
"É essencial que os povos autóctones tenham acesso à informação e às infraestruturas necessárias para a detecção, tratamento e protecção, particularmente contra a ameaça do HIV/Sida", afirmou o chefe da organização universal baseando-se no facto de que os povos autóctones tendem a sofrer de mau estado de saúde ligado à pobreza, à desnutrição, à contaminação do ambiente e a cuidados de saúde inadequados.
O Secretário-Geral a ONU reconheceu que a adopção da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Autóctones em 2007 marcou uma fase decisiva na luta dos povos autóctones para a justiça, igualdade de direitos e desenvolvimento e que alguns Governos apresentaram recentemente as suas desculpas aos povos autóctones pelas injustiças passadas, ao passo que outros melhoraram as reformas legislativas e constitucionais para este efeito.
No entanto, observou Ban Ki-moon, os povos autóctones continuam a fazer parte das populações mais marginalizadas, que sofrem de maneira desproporcional da pobreza e de acesso insuficiente ao ensino.
"Vários deles são vítimas diariamente da discriminação e do racismo.
Muitas vezes, as suas línguas sofrem restrições ou são ameaçadas de desaparecimento, ao passo que o seu território é sacrificado a favor da exploração mineira ou a desflorestação".
O responsável da ONU revela que "as línguas que eles falam constituem a maioria das línguas existentes no mundo e os seus conhecimentos tradicionais, a sua diversidade cultural e os seus modos de vida duradouros concedem um contribuição inestimável para o património comum da humanidade".
Os povos autóctones do mundo formam uma população de 370 milhões de pessoas que vivem em 70 países, precisamente em zonas onde a diversidade biológica é mais importante.