ONU apela a grandes nações para reduzirem emissões de gás com efeito de estufa
Davos, Suíça (PANA) - O mundo está "condenado" às mudanças climáticas, a menos que as grandes nações industriais reduzam as suas emissões de gases de efeito de estufa, alerta o Secretário-Geral da Organização Das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Falando diante de líderes empresariais, no Fórum Económico em Davos, quinta-feira última na Suíça, Guterres frisou que muitos países em desenvolvimento e a União Européia se comprometeram-se a alcançar a neutralidade de carbono até 2050, exceto "os grandes emissores."
Se os grandes emissores não se juntarem ao esforço internacional em torno do princípio da "neutralidade de carbono até 2050", "estaremos condenados porque eles representam uma parte muito importante", avisou o chefe da ONU, citado numa declaração onusina.
"O G20 é responsável por 80 por cento das emissões (de gás com efeito de estufa) que contribuem para as mudanças climáticas", sublinhou.
De acordo com SG da ONU, os governos podem tomar medidas para ajudarem o mundo a caminhar para um futuro mais verde, reduzindo os subsídios aos combustíveis fósseis.
"Como contribuinte, não posso realmente aceitar a ideia de que os meus impostos estão sendo usados para causar furacões, ou branqueamento de corais ou derretimento de glaciars", indignou-se.
Defendeu que "a mudança climática é a questão determinante do nosso tempo e representa "uma ameaça existencial" para todo o planeta e que ameaça o desenvolvimento também.
Guterres disse estar animado com o compromisso do setor privado com o meio ambiente, marcado pelo crescente número de instituições financeiras e de gestores de ativos que fazem da "neutralidade de carbono uma prioridade nos seus investimentos."
Da mesma forma, prosseguiu, cidades, eleitores e jovens têm sido mobilizados para tomar medidas.
"Continuo esperançado que seja possível mobilizar tanto o setor privado quanto autoridades públicas para tomarem decisões transformacionais na forma como produzimos os nossos alimentos, administramos a nossa economia e as nossas indústrias, e projetamos as nossas cidades. São as mudanças transformacionais necessárias para alcançarmos os objetivos que a comunidade científica considera absolutamente essenciais", concluiu.
-0- PANA MA/NFB/JSG/SOC/CJB/DD 24jan2020