Agência Panafricana de Notícias

ONU ameaça sanções contra chefes rebeldes de Darfur

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- A Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) prometeram sanções contra os principais chefes rebeldes de Darfur, incluindo Abdul Wahid Al Nur, se continuarem a abortar as negociações de paz de Doha, no Qatar, destinadas a pôr termo a uma guerra que já durou sete anos nesta província do oeste du Sudão.
Num comunicado publicado depois da sua reunião em Addis Abeba, na Etiópia, no fim de semana passado, as duas organizações instaram os chefes rebeldes a juntar-se imediatamente às negociações de Doha e ajudar a alcançar um acordo de paz aceitável para a maioria da população de Darfur, sob pena de enfrentar sanções.
A ONU e a UA exortaram os movimentos rebeldes sudaneses que negociam com o Governo sobre os meios de pôr termo aos combates em Darfur a concluir um acordo de paz antes da data limite em Dezembro próximo e a preparar-se para consultar as populações locais de Darfur no início de 2011.
Eles não especificaram as medidas que poderão ser tomadas contra o chefe da milícia do Movimento da Justiça e Igualdade (JEM), Khalil Ibrahim, e o do Exército de Libertação do Sudão (SLA), Abdul Wahid.
A reunião deplorou a ausência contínua do JEM e do chefe do SLA nas negociações de paz.
O encontro de Addis Abeba foi presidida pelo comissário da ONU para a Paz e Segurança na presença do antigo Presidente sul-africano e medianeiro da UA, Thabo Mbeki, e do chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Alain le Roy.
O fórum da ONU e da UA sobre Darfur concluiu que as negociações de Doha deverão desembocar num documento final que deve ser concluído até Dezembro de 2010 em conformidade com a agenda aprovada pelas partes.
O acordo final será o ponto de partida da reunião incial sobre o processo político de Darfur, prevista em Darfur para meados de Dezembro próximo sob a égide da força conjunta União Africana-ONU (MINUAD), em parceria com o Estado do Qatar.
Esta reunião vai fixar o calendário do processo político de Darfur que desembocará numa conferência sobre Darfur no início de 2011.
O objetivo do processo político a iniciar é concluir uma resolução política inclusiva baseada num consenso adotado pelas populações de Darfur.
Um quadro apropriado que implica outros atores que vão apoiar e pilotar o processo político será definido através das consultas, declararam as duas organizações.