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ONU ajuda Cabo Verde a ultrapassar desafios da covid-19

Praia, Cabo Verde (PANA) - A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Graça, admitiu terça-feira que a pandemia da covid-19 trouxe “grandes desafios” para o arquipélago, mas prometeu uma cooperação “mais sólida” da ONU.

Segundo Ana Graça, Cabo Verde vai ter “mais recursos” da ONU para o país continuar a ser um “parceiro imparcial e transparente” na implementação da Agenda 2030.

Ana Graça reconheceu que a pandemia travou o que era suposto ser um ano “de velocidade de cruzeiro” no lançamento de décadas de ação, quando se está a 10 anos de 2030.

A pandemia, assinalou, surge precisamente no ano em que se previa o aprofundamento de reformas para uma “maior coerência  e mais resultados” de desenvolvimento.

A diplomata deu estas garantias durante a segunda reunião do Comité de Pilotagem do ano, que reúne os parceiros com que a ONU trabalha em representação de mais de uma centena de parceiro.

O Comité é um órgão de liderança estratégica da cooperação com o Governo de Cabo Verde e mecanismo considerado importante em responsabilização mútua e prestação de contas.

Na sua intervenção, a coordenadora do sistema onusino manifestou o empenho da organização mundial para uma abordagem “mais integrada e multidisciplinar”, visando o desenvolvimento, de modo que possam ser conseguidos “melhores resultados”.

“Em Cabo Verde, penso que já temos alguns resultados desta reforma e, efetivamente, temos mais capacidade de análise económica de parceria de planeamento estratégico conjunto, alinhados com as prioridades nacionais”, afirmou Ana Graça, assegurando que as duas parte já têm “mais acesso a fundos globais e mais projetos conjunto”.

A este propósito, ela assinalou que, com  base nesta cooperação, Cabo Verde e Nações Unidas passaram de um projeto, em 2018, para três programas-conjuntos, em 2020, o que, a seu ver, demonstra “mais abordagem integrada nas coerências desta colaboração com o arquipélago”, seja na resposta à pandemia, seja em outras áreas.

Por sua vez, o ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros destacou a “boa cooperação e coordenação entre o Governo e o Sistema das Nações Unidas” para o desenvolvimento de Cabo Verde, com “ganhos assinalados”, sobretudo nos setores da Saúde e da Educação.

Luís Filipe Tavares  sublinhou a importância do Comité de Pilotagem para Cabo Verde, reconhecendo que as Nações Unidas têm desempenhado um papel “muito importante” para o desenvolvimento de Cabo Verde, sobretudo na capacitação institucional, já que o apoio desta organização tem sido “importante na consolidação das instituições”.

Enalteceu o trabalho “extraordinário e muito responsável” desenvolvido pelas Nações Unidas ao longo dos anos, para ressalvar o papel desta organização internacional  no desenvolvimento do capital humano “neste país insular”, designadamente os ganhos nos setores da Saúde e da Educação.

“Cabo Verde, graças a esta parceria com as Nações Unidas, começou a ser o país muito melhor do que há 75 anos, quando criamos esta organização”, referiu o chefe da diplomacia cabo-verdiana.

Ele disse estar convicto de que, apesar de a covid-19 ter alterado o programa inicialmente elaborado, Cabo Verde conseguiu adaptar-se à nova realidade.

Nesta lógica, realçou que, mediante esta parceira com as Nações Unidas, o país conseguiu mobilizar “mais meios técnicos, recursos humanos e financeiros”, num contexto “extremamente difícil” e num momento no qual os “recursos são parcos e as demandas internacional e mundial tornam-se cada vez maiores”.

O novo plano de trabalho, explicitou, está em sintonia com as novas prioridades de desenvolvimento de Cabo Verde, impostas pela pandemia da covid-19, alinhadas com os objetivos da ambição Cabo Verde 20/30.

Pretendeu-se, com este encontro, ter toda a informação necessária para que o Governo possa melhor decidir sobre o desenvolvimento do país.

O governante aproveitou a ocasião para garantir que a mobilização dos recursos feita pelas Nações Unidas, nos últimos meses, foi “decisiva” para que Cabo Verde conseguisse mitigar os efeitos da covid-19.

Exortou todos a trabalharem para que as instituições cabo-verdianas saiam “cada vez mais reforçadas” desta pandemia.

No quadro do relançamento do processo de Cabo Verde, sintetizou Luís Filipe Tavares, o Governo  já tem “um plano de pé e a funcionar no pós-covid-19”,  para que, assim que a vacina esteja disponível para comercialização, o país possa ter capacidade para vacinar a sua população.

O estabelecimento deste Comité de Pilotagem  foi elaborado para responder aos acordos concluídos durante os vários diálogos entre as Nações Unidas e Cabo Verde, dos quais se registaram “avanços positivos”, visando uma “melhor articulação, diálogo e orientação  estratégica” das intervenções, no quadro da cooperação para o desenvolvimento sustentável da organização mundial no arquipélago.

-0- PANA CS/IZ 02dez2020