Agência Panafricana de Notícias

ONG "Save The Children" defende lei contra excisão no Mali

Bamako- Mali (PANA) -- A directora regional da secção sueca da Organização Não Governamental (ONG) "Save the Children", Annikeen Elisson Tyden, desejou quarta-feira em Bamako a adopção duma lei contra a excisão no Mali.
Falando durante um atelier de apresentação do relatório de avaliação do programa do Centro Djoliba, uma ONG maliana, Anniken indicou que tal lei traduziria cada vez mais a vontade do Estado, garante dos direitos da criança, de pôr termo a esta prática que prejudica a saúde e o bem-estar das raparigas.
"A lei não deve ser vista unicamente como repressiva mas como muito mais preventiva e dissuasiva", precisou a responsável da "Save the Children" Suécia na África Ocidental, acrescentando que a excisão não é apenas um problema de saúde mas é muito mais uma violação dos direitos da criança e da mulher.
Os dados sobre a prática da excisão mostram que o Mali é um dos países onde a taxa de prevalência está entre os mais elevados no continente, ou seja de 85 por cento, segundo os resultados dum inquérito demográfico e sanitário realizado em 2006.
Várias redes e programas foram criados pelo Estado e por organizações e associações, dos quais o Programa Nacional de Luta contra a Excisão (PNLE, criado em 2002 pelo Governo), a Rede dos Parlamentares contra a Prática da Excisão, a Rede Maliana de Luta contra as Mutilações Genitais Femininas que possui cerca de 50 ONG nacionais que milita a contra a prática.
Prática secular, a excisão tem numerosas motivações, incluindo a preservações da virgindade, o controlo da sexualidade feminina e as crenças religiosas, e praticada tanto por muçulmanos e cristãos como por animistas.
Existem vários tipos de excisão, nomeadamente a ablação do clítoris, duma parte dos pequenos lábios e dos grandes lábios com sutura do sexo.