Agência Panafricana de Notícias

OMS discute sobre vacinas e tratamentos para erradicar epidemia de Ébola

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne-se em Genebra, na Suíça, para discutir sobre os tratamentos e as vacinas a desenvolver para encontrar um tratamento definitivo à Doença do Vírus do Ébola.

Alguns produtos sanguíneos, tratamentos imunológicos, medicamentos e vacinas estão em diferentes fases de testes em laboratório, mas nenhum ainda foi autorizado para utilização generalizada.

A reunião de dois dias iniciada em Genebra agrupa peritos técnicos das diferentes organizações engajadas na luta contra a doença, pesquisadores, decisores políticos, representantes de pacientes e médicos.

Eles deverão fazer o balanço e avaliar a situação da pesquisa para desenvolver vacinas e tratamentos, acordar os objetivos globais para a formulação dum plano de avaliação e a utilização de tratamentos potenciais, identificar as ações mais importantes a empreender e definir o tipo de apoio necessário.

Por outro lado, o coordenador das Nações Unidas para o Ébola, Dr. David Navarro, declarou que a epidemia na África Ocidental poderá ser contida em seis a nove meses, mas apenas se houver uma resposta global « massiva ».

O Dr. Navarro e o sub-diretor-geral da ONU encarregue da Segurança Sanitária, Keiji Fukuda, que regressa duma digressão de avaliação das necessidades aos países afetados, consideram que a prioridade devia ser dada com urgência à comunicação, ao tratamento das pessoas infetadas, à inumação segura das vítimas, ao isolamento e ao tratamento dos pacientes e à supervisão dos seus próximos para o aparecimento de sintomas.

Dinheiro para pagar os agentes de saúde, acesso a estes países por vias aéreas e marítimas e uma forte coordenação para impedir a queda económica destes países são igualmente necessários.

A OMS observa que até 30 de agosto passado o número oficial de casos do vírus do Ébola era de 3.685 pacientes e 1.841 mortes na Guiné Conakry, na Libéria e na Serra Leoa.

Contudo, nota-se que na Nigéria 21 casos e sete mortes foram confirmadas e no Senegal um caso foi registado, mas não houve falecimentos devidos ao vírus do Ébola nem outros casos suspeitos.

Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o presidente do Conselho de Segurança da ONUS para este mês, a embaixadora americana Samantha Power, disse que o Conselho reuniu-se com os países fornecedores de soldados e polícias na Missão da ONU na Libéria (MINUL), o país mais duramente afetado pela epidemia.

Segundo Samantha Power, o chefe desta Missão, Karin Landgren, e os responsáveis militares da MINUL informaram o Conselho sobre os esforços em curso para proteger e preservar todo o pessoal onusino, nomeadamente os capacetes azuis, que ajudam a Libéria a consolidar os seus acervos de paz e segurança mais de uma década depois do fim da guerra civil neste país.

O Gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) revelou que, desde abril de 2014, os seus parceiros humanitários receberam seis milhões e 130 mil dólares americanos do Fundo Central de Intervenção de Emergência das Nações Unidas (CERF) para responder à epidemia.

A Guiné Conakry recebeu 2,7 milhões de dólares americanos, a Libéria 1,9 milhão de dólares americanos e a Serra Leoa 1,5 milhão de dólares americanos.

A epidemia do vírus do Ébola que assola a África Ocidental, onde ela provocou mais de 1.500 mortos, é duma amplitude e duma complexidade incomparável para o encargo que ela impõe aos sistemas de saúde locais.

-0- PANA AA/SEG/NFB/JSG/MAR/TON 05set2014