Número de passageiros aumenta 28 por cento nos aeroportos de Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Dados sobre o tráfego divulgados, quinta-feira, pelos Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), relativamente ao primeiro trimestre de 2021, indicam que o número de passageiros nos aeroportos cabo-verdianos aumentou 28 por cento, de fevereiro para março últimos, para quase 32 mil 500.
De acordo com o boletim dos ASA, citado pela imprensa local, trata-se da maior subida mensal de passageiros nos aeroportos do país, em vários meses, antes de a pandemia da covid-19 afetar o tráfego aéreo no arquipélago.
A mesma fonte revela que os aeroportos de Cabo Verde receberam, em março último, 820 aeronaves, ou seja, um crescimento de 23,6 por cento face a fevereiro, em termos de voos internacionais e domésticos.
Já o número de passageiros em embarques, desembarques e trânsito foi de 18 mil 594 em voos domésticos e 13 mil 862 em voos internacionais, totalizando desta forma 32.456 passageiros, contra os 25 mil 350 em fevereiro último.
No acumulado do primeiro trimestre, os aeroportos cabo-verdianos movimentaram dois mil 314 aeronaves, uma quebra de 72 por cento face a oito mil 143 movimentadas no mesmo período de 2020, ainda antes dos efeitos da pandemia da covid-19.
Em termos de passageiros, o acumulado foi de 96 mil 157, ou seja, uma quebra de 85 por cento face aos 636 mil 18 nos três primeiros meses de 2020.
A economia de Cabo Verde depende essencialmente do turismo, com um peso direto de cerca de 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e um recorde de 819 mil turistas em 2019, mas com uma quebra de 70 por cento em 2020.
Desde finais de março último, o arquipélago praticamente não tem atividade turística, face a condicionalismos impostos por vários países, para travarem a transmissão da pandemia da covid-19, e com o Governo a estimar a duplicação da taxa de desemprego para quase 20 por cento.
O Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde e que, antes da pandemia, registava um movimento anual acima de um milhão de passageiros, contou, no primeiro trimestre deste ano, com apenas 16 mil 37 passageiros em desembarques e embarques de voos internacionais e domésticos, o que representa uma quebra de 95 por cento, face ao mesmo trimestre de 2021.
O aeroporto da capital, na Praia, movimentou, no primeiro trimestre, um total de 54 mil 628 passageiros em voos internacionais e domésticos, uma quebra de 58 por cento face ao mesmo período de 2020.
Cabo Verde tem quatro aeroportos internacionais, nas ilhas de Santiago, do Sal, da Boa Vista e de São Vicente, e três aeródromos, nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, todos operados pela ASA.
Globalmente, os aeroportos cabo-verdianos movimentaram quase 776 mil passageiros em 2020, perdendo praticamente dois milhões de outros no espaço de um ano (-72 por cento), devido à pandemia, segundo dados anteriores da ASA.
Conforme ainda os dados que acabam de ser divulgados por esta empresa pública, os voos controlados pela FIR Oceânica do Sal aumentaram para mil 653 em março, ou seja, um crescimento superior a 200 face a fevereiro, mas uma quebra de 51 por cento em termos homólogos.
Trata-se também da primeira subida mensal de 2021 e que se compara com o último mês anterior ao início dos principais efeitos da pandemia de covid-19 (março de 2020).
Desde abril (o mínimo histórico de 512 sobrevoos), o tráfego aéreo controlado pela FIR (região de informação de voo) Oceânica do Sal crescia todos os meses, até cair de dezembro para janeiro de 2021 para mil 838 e, depois, de janeiro para fevereiro (mil 424), ou seja, dois meses marcados pela reposição das restrições nas viagens internacionais, sobretudo nos países europeus, com novas vagas da pandemia.
Os mil 653 voos internacionais controlados por Cabo Verde em março comparam com os três mil 366 sobrevoos no mesmo mês de 2020 (-51 por cento) e os quatro mil 852 em 2019.
No acumulado do primeiro trimestre, lideram a portuguesa TAP, com 838 sobrevoos controlados por Cabo Verde, com uma quota de 17 por cento, e uma quebra homóloga de 62 por cento, e a espanhola Iberia, com 537 sobrevoos e uma quota de 10,9 por cento, e uma quebra homóloga 48 por cento.
A gestão desta FIR é uma das principais fontes de receitas do setor aeronáutico de Cabo Verde, referem os mesmos dados.
Os rendimentos da ASA com o setor da navegação aérea cresceram 19 por cento de 2017 para 2018, para dois mil 945 milhões de escudos (26,6 milhões de euros), equivalentes a 43 por cento de todas as receitas da empresa pública que gere os aeroportos do país.
A FIR corresponde a um espaço aéreo delimitado verticalmente a partir do nível médio do mar, sendo a do Sal -- que existe desde 1980 - limitada lateralmente pelas de Dakar (Senegal), das Canárias (Espanha) e de Santa Maria (Açores, Portugal).
Toda esta área está sob jurisdição das autoridades aeronáuticas cabo-verdianas, tendo a FIR sido criada em 1980.
A localização estratégica da FIR do Sal coloca-a na encruzilhada dos maiores fluxos de tráfego aéreo entre Europa e a América do Sul e entre a África Ocidental e a América do Norte e Central e as Caraíbas", explicou anteriormente a ASA.
O pico histórico mensal do movimento na FIR Oceânica do Sal registou-se em julho de 2019, com um total de cinco mil 424 aeronaves controladas, equivalentes a 175 sobrevoos diários.
O Centro de Controlo Oceânico do Sal funciona no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, ao passo que a sua inauguração remonta a 24 de junho de 2004.
-0- PANA CS/DD 22abril2021