PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Número de ninhos de tartaruga triplica em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - Os ninhos de tartaruga-boba (Caretta caretta), também conhecida por tartaruga-comum, triplicaram neste Verão de 2018 no arquipélago de Cabo Verde, relativamente aos registos dos últimos 20 anos, a apurou a PANA de fonte segura na cidade da Praia.
De acordo com um trabalho coordenado por investigadores do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), sediado na Estação Biológica de Doñana, na Espanha, “é mais provável que este aumento do número de ninhos se deva a um importante aumento do número de fêmeas jovens, associado à protecção da nidificação iniciada há 20 anos em Cabo Verde”.
Num comunicado divulgado recentemente, a CSIC considera que terão desovado nas praias do arquipélago entre 15 mil e 20 mil fêmeas de tartaruga-boba, espécie ameaçada, considerada “vulnerável” a nível mundial.
No entanto, em Cabo Verde, único território do Atlântico Oriental onde estas se reproduzem, foi recentemente classificado pela União Internacional para a Natureza (UICN) como estando em perigo.
“Esta é uma notícia excelente que poderá significar o início da recuperação tão esperada desta espécie ameaçada”, regozijou-se Adolfo Marco, investigador que liderou este estudo científico.
“Recentemente, a UICN atualizou a sua avaliação desta espécie e considerou que a população de Cabo Verde se encontrava em perigo de extinção, enquanto outras populações no Atlântico estão a melhorar muito o seu estado de conservação”, alertou.
Citado no comunicado do CSIC, o investigador afirmou que as tartarugas-bobas de Cabo Verde têm sido consideradas como “uma das 11 populações mais ameaçadas do mundo.
Sublinhou que os dados de 2018 são um sinal de esperança para esta colónia de tartarugas.
Apesar das várias hipóteses, a comunidade científica e ambientalista não se compromete com uma só explicação, optando por se congratular com o aumento dos ninhos, pedindo a manutenção das medidas de proteção de uma espécie que continua vulnerável.
Na ilha do Sal, por exemplo, a poluição luminosa ameaça quase um terço dos ninhos porque as crias de tartaruga vão em direção à luz logo após a eclosão, visto que o horizonte do mar é mais brilhante devido ao reflexo das estrelas e da lua.
Já a luz das cidades é mais brilhante do que na natureza, as tartarugas ficam muitas vezes desorientadas e vão para as cidades e não para o mar, sujeitando-se a todos os perigos nesse trajeto.
Perante ameaças que “não são naturais”, ambientalistas optam por colocar alguns ninhos em viveiros ou noutros locais na praia.
Este ano, foram colocados em viveiro mil 900 ninhos e dois mil 900 foram recolocados na praia, o que teve como consequência 94 mil tartarugas libertadas no mar, expostas a ameaças de sobrevivência.
Uma em cada quatro tartarugas marinhas, que desovam nas praias de Cabo Verde, são apanhadas para o consumo. Tanto a captura como o número de ninhos aumentaram no ano transato, segundo dados oficiais.
A desova das tartarugas começa em junho e termina em finais de outubro ou no início de novembro enquanto a eclosão acontece entre agosto e finais de dezembro.
Entretanto, ambientalistas congratularam-se ainda com a criminalização do consumo de carne e de ovos de tartaruga, o que veio reforçar as medidas previstas no regime jurídico especial de proteção desta espécie animal marinha no arquipélago.
No entanto, quando infratores são apanhados em flagrante, a lei consegue atingir os seus objetivos.
-0- PANA CS/DD 28dez2018
De acordo com um trabalho coordenado por investigadores do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), sediado na Estação Biológica de Doñana, na Espanha, “é mais provável que este aumento do número de ninhos se deva a um importante aumento do número de fêmeas jovens, associado à protecção da nidificação iniciada há 20 anos em Cabo Verde”.
Num comunicado divulgado recentemente, a CSIC considera que terão desovado nas praias do arquipélago entre 15 mil e 20 mil fêmeas de tartaruga-boba, espécie ameaçada, considerada “vulnerável” a nível mundial.
No entanto, em Cabo Verde, único território do Atlântico Oriental onde estas se reproduzem, foi recentemente classificado pela União Internacional para a Natureza (UICN) como estando em perigo.
“Esta é uma notícia excelente que poderá significar o início da recuperação tão esperada desta espécie ameaçada”, regozijou-se Adolfo Marco, investigador que liderou este estudo científico.
“Recentemente, a UICN atualizou a sua avaliação desta espécie e considerou que a população de Cabo Verde se encontrava em perigo de extinção, enquanto outras populações no Atlântico estão a melhorar muito o seu estado de conservação”, alertou.
Citado no comunicado do CSIC, o investigador afirmou que as tartarugas-bobas de Cabo Verde têm sido consideradas como “uma das 11 populações mais ameaçadas do mundo.
Sublinhou que os dados de 2018 são um sinal de esperança para esta colónia de tartarugas.
Apesar das várias hipóteses, a comunidade científica e ambientalista não se compromete com uma só explicação, optando por se congratular com o aumento dos ninhos, pedindo a manutenção das medidas de proteção de uma espécie que continua vulnerável.
Na ilha do Sal, por exemplo, a poluição luminosa ameaça quase um terço dos ninhos porque as crias de tartaruga vão em direção à luz logo após a eclosão, visto que o horizonte do mar é mais brilhante devido ao reflexo das estrelas e da lua.
Já a luz das cidades é mais brilhante do que na natureza, as tartarugas ficam muitas vezes desorientadas e vão para as cidades e não para o mar, sujeitando-se a todos os perigos nesse trajeto.
Perante ameaças que “não são naturais”, ambientalistas optam por colocar alguns ninhos em viveiros ou noutros locais na praia.
Este ano, foram colocados em viveiro mil 900 ninhos e dois mil 900 foram recolocados na praia, o que teve como consequência 94 mil tartarugas libertadas no mar, expostas a ameaças de sobrevivência.
Uma em cada quatro tartarugas marinhas, que desovam nas praias de Cabo Verde, são apanhadas para o consumo. Tanto a captura como o número de ninhos aumentaram no ano transato, segundo dados oficiais.
A desova das tartarugas começa em junho e termina em finais de outubro ou no início de novembro enquanto a eclosão acontece entre agosto e finais de dezembro.
Entretanto, ambientalistas congratularam-se ainda com a criminalização do consumo de carne e de ovos de tartaruga, o que veio reforçar as medidas previstas no regime jurídico especial de proteção desta espécie animal marinha no arquipélago.
No entanto, quando infratores são apanhados em flagrante, a lei consegue atingir os seus objetivos.
-0- PANA CS/DD 28dez2018