Agência Panafricana de Notícias

Novos roquetes disparados contra bairros residenciais de Tripoli

Tripoli, Líbia (PANA) - Os bombardeios com roquetes retomaram na noite de segunda-feira após um período de acalmaia na sequência dos ataques aéreos realizados por aviões cujas identidades ainda são fonte de polêmica na Líbia, segundo relatos de testemunhas à PANA.

Vários roquetes caíram no bairro luxuoso de Hay al-Andalous, muito perto do centro de Tripoli, causando grandes danos mas sem vítimas, de acordo com as testemunhas.

Uma calma precária reinava esta terça-feira em Tripoli, enquanto a controvérsia cresce sobre a identidade dos aviões de caça que operaram na noite de domingo a terça-feira ataques aéreos sobre as posições dos grupos armados da cidade de Misrata envolvidos nos combates pelo controlo do aeroporto da capital líbia pelos ex-rebeldes de Zenten e que fizeram sete mortos e vários feridos.

Um precedente balanço havia relatado cinco mortos e vários feridos.

As versões sobre a identidade dos aviões que realizaram os ataques aéreos aumentam, apesar da reivindicação das tropas leais ao general Khalifa Haftar que dispõe de aviões de caça numa base aérea no leste do país.

Um relatório técnico do Estado-Maior da Força Aérea da Líbia disse que as aeronaves só poderiam ser caças de países estrangeiros, afirmando que a Líbia não tem as bombas teleguiadas usadas nem infraestruturas aeroportuárias com capacidades de acolher ou descolar aviões durante a noite.

Este relatório acrescentou que a Líbia não tinha aviões com técnica de abastecimento de querosene no céu, concluindo que eles não poderiam sair do solo líbio.

O Governo disse, por sua vez, ignorar a identidade dessas aeronaves e exigiu aos países informações sobre esses caças.

A Câmara dos Revolucionários da Líbia, que faz parte da coligação de grupos armados que lutam ao lado de Misratis em Tripoli, indicou num comunicado que os aviões eram líbios e descolaram da cidade de Zentan, a cerca de 180 quilómetros a sudoeste de Tripoli.

Os combates continuam em Tripoli apesar da mediação da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) e apelos para um cessar-fogo imediato e incondicional do novo Parlamento, que decidiu solicitar uma intervenção internacional para proteger os civis e as instituições do Estado.

-0- PANA BY/DIM/TON 19agosto2014