Agência Panafricana de Notícias

Novos confrontos eclodem em Darfur

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- Uma nova revolta armada eclodiu na província de Jabel Marra, no sul de Darfur (oese do Sudão), soube-se de fonte oficial em Addis- Abeba.
Esta revolta ocorre várias semanas depois de os movimentos rebeldes da localidade terem convergido para Doha, no Quatar, com vista a discussões sobre como pôr fim a vários anos de conflito na província ocidental do Sudão, de acordo com a fonte.
Os confrontos entre o Movimento para a Libertação do Sudão (SLM), dirigido por Abdulwahed Nurlíder, líder rebelde instalado em Paris (França) e um grupo de rebeldes apoiado pelo Governo sudanês na região montanhosa de Jabel Marra, fizeram vários mortos, maioritariamente civis.
Segundo o jornal Sudan Tribune, o líder do SLM, Abdul Wahed, afirmou que as suas forças reprimiram a tentativa do Governo de retomar posições ocupadas pelos rebeldes em Jabel Marra.
Ele defendeu que os seus combatentes repeliram o ataque, matando cerca de 64 soldados.
Ba sua opinião, o ataque visava obrigar a sua facção a participar nas negociações de paz em curso em Doha.
A Missão Conjunta da União Africana e Nações Unidas em Darfur (UNAMIDA) indicou terça-feira ter reforçado a sua presença para garantir a segurança na zona.
A UNAMID afirmou que os confrontos decorrem principalmente em Jabel Marra, no sul de Darfur, e em Jabel Moon, no oeste de Darfur.
Os últimos confrontos na localidade condenaram vários civis à deslocação, indicou a UNAMID num comunicado transmitido terça-feira à PANA.
Os movimentos rebeldes de Darfur, que se reúnem em Doha, tentam respeitar a data limite de Março no fim da qual um acordo deverá ser concluído, em prelúdio às eleições presidenciais previstas para Abril de 2010 no Sudão.
A UNAMID sublinhou que as suas forças de manutenção da paz estão a reforçar a sua presença na província e nos arredores para prevenir uma enventual escalada da violência.
A missão está igualmente a colaborar com agências humanitárias para fazer face às necessidades humanitárias das pessoas recentemente deslocadas.
Estima-se que os últimos confrontos na localidade causaram a deslocação de mais de 20 mil pessoas.