PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Novo impasse no diálogo político em Moçambique
Maputo, Moçambique (PANA) – O diálogo político entre o Governo moçambicano e a Renamo, maior partido da oposição, registou esta segunda-feira mais um impasse devido a divergências sobre os termos de referência do papel dos observadores internacionais que deverão fiscalizar a cessação das hostilidades em Moçambique.
O Governo continua a defender que os observadores internacionais devem, para além de fiscalizar a cessação das hostilidades, assistir a desmobilização da Renamo, facto de que esta formação política discorda.
Por outro lado, a Renamo exige que a sua desmilitarização deva seguir o princípio de paridade nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), na Polícia moçambicana (PRM), e na Polícia de Altas Individualidades.
O antigo movimento rebelde acrescenta que o Governo deve retirar as Forcas de Defesa e Segurança (FDS) das matas de Gorongosa, onde o seu líder, Afonso Dhlakama, se encontra escondido há meses.
O chefe da delegação do Governo e ministro da Agricultura, José Pacheco, disse, no final da sessão de segunda-feira, que a Renamo "não quer abandonar as hostilidades".
“A Renamo pode até entregar duas ou três armas e não estar desmilitarizada e, logo, voltaremos, futuramente, a tratar novamente desta mesma matéria”, disse Pacheco, acrescentando que a Renamo “afirma que só vai entregar as armas a uma entidade credível, mas não diz que instituição é essa”.
“A Renamo insiste na retirada das FDS, eventualmente pretendendo que, se isso acontecer, poderá continuar a criar condições para se reequipar e progredir com matança de cidadãos indefesos, e com outras formas de violência que a caracterizam", insistiu.
Para o ministro Pacheco, a Renamo pretende que os observadores internacionais venham reorganizar as FDS "que já estão organizadas” e a manter a ordem pública e defesa de soberania.
"A Renamo aceita a integração, mas também a reintegração. Não entendemos o que pretende dizer com reintegração. Contudo, tudo indica que pretende que todos os desmobilizados das FADM sejam reintegrados”, disse.
Segundo o ministro, o Governo convidou, mais uma vez, a Renamo a agendar o diálogo ao mais alto nível, entre o Presidente Armando Guebuza e o seu líder, Afonso Dhlakama, na cidade de Maputo.
“Dissemos que estamos na disposição de suportar os encargos desta deslocação, desde que a Renamo nos dê indicações muito precisas de quem quer que traga o seu presidente à mesa do diálogo”, referiu Pacheco.
O ministro lamentou o facto de a Renamo continuar a exigir garantias de segurança para o seu líder, justificando que "em nenhum momento Dhlakama correu risco de vida".
“Em nenhum momento esteve em causa a sua integridade física. Aliás, o Governo quer a ele saudável para que participe nas eleições e não seja sacrificado pelos seus elementos que vivem na cidade com colarinho branco no Parlamento”, referiu José Pacheco.
Logo depois da assinatura do Acordo Geral da Paz (AGP) com o Governo, Dhlakama passou a viver na cidade de Maputo, a capital, tendo-se depois transferido para a cidade nortenha de Nampula e mais tarde para as matas de Gorongosa, centro do país.
Pacheco reafirmou que em nenhum momento a integridade física de Dhlakama esteve em causam porquanto, disse, "se o Governo tivesse intenções de matá-lo, tê-lo-ia feito quando do seu recenseamento eleitoral”.
“Como somos um Governo que prima pelo respeito, pela lei, pelas instituições, sobretudo pela vida humana, permitimos que ele exercesse o seu direito e dever de cidadania”, indicou Pacheco.
Por seu turno, o deputado e chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse que a sua delegação se deslocou esta segunda-feira à mesa do diálogo, com vontade de "terminar com este assunto".
Porém, afirmou, “o ambiente não foi bom. O impasse continua e o Governo recusa-se a retirar as forças armadas em Gorongosa. Isso demonstra o plano do Governo de continuar com as ações militares contra o presidente Afonso Dhlakama para impedí-lo de sair e preparar-se para as eleições.”
Segundo Macuiane, manter efetivos do Exército em Gorongosa “não é um bom caminho para se resolver o problema”.
-0- PANA AIM/HT/MZ/IZ 26maio2014
O Governo continua a defender que os observadores internacionais devem, para além de fiscalizar a cessação das hostilidades, assistir a desmobilização da Renamo, facto de que esta formação política discorda.
Por outro lado, a Renamo exige que a sua desmilitarização deva seguir o princípio de paridade nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), na Polícia moçambicana (PRM), e na Polícia de Altas Individualidades.
O antigo movimento rebelde acrescenta que o Governo deve retirar as Forcas de Defesa e Segurança (FDS) das matas de Gorongosa, onde o seu líder, Afonso Dhlakama, se encontra escondido há meses.
O chefe da delegação do Governo e ministro da Agricultura, José Pacheco, disse, no final da sessão de segunda-feira, que a Renamo "não quer abandonar as hostilidades".
“A Renamo pode até entregar duas ou três armas e não estar desmilitarizada e, logo, voltaremos, futuramente, a tratar novamente desta mesma matéria”, disse Pacheco, acrescentando que a Renamo “afirma que só vai entregar as armas a uma entidade credível, mas não diz que instituição é essa”.
“A Renamo insiste na retirada das FDS, eventualmente pretendendo que, se isso acontecer, poderá continuar a criar condições para se reequipar e progredir com matança de cidadãos indefesos, e com outras formas de violência que a caracterizam", insistiu.
Para o ministro Pacheco, a Renamo pretende que os observadores internacionais venham reorganizar as FDS "que já estão organizadas” e a manter a ordem pública e defesa de soberania.
"A Renamo aceita a integração, mas também a reintegração. Não entendemos o que pretende dizer com reintegração. Contudo, tudo indica que pretende que todos os desmobilizados das FADM sejam reintegrados”, disse.
Segundo o ministro, o Governo convidou, mais uma vez, a Renamo a agendar o diálogo ao mais alto nível, entre o Presidente Armando Guebuza e o seu líder, Afonso Dhlakama, na cidade de Maputo.
“Dissemos que estamos na disposição de suportar os encargos desta deslocação, desde que a Renamo nos dê indicações muito precisas de quem quer que traga o seu presidente à mesa do diálogo”, referiu Pacheco.
O ministro lamentou o facto de a Renamo continuar a exigir garantias de segurança para o seu líder, justificando que "em nenhum momento Dhlakama correu risco de vida".
“Em nenhum momento esteve em causa a sua integridade física. Aliás, o Governo quer a ele saudável para que participe nas eleições e não seja sacrificado pelos seus elementos que vivem na cidade com colarinho branco no Parlamento”, referiu José Pacheco.
Logo depois da assinatura do Acordo Geral da Paz (AGP) com o Governo, Dhlakama passou a viver na cidade de Maputo, a capital, tendo-se depois transferido para a cidade nortenha de Nampula e mais tarde para as matas de Gorongosa, centro do país.
Pacheco reafirmou que em nenhum momento a integridade física de Dhlakama esteve em causam porquanto, disse, "se o Governo tivesse intenções de matá-lo, tê-lo-ia feito quando do seu recenseamento eleitoral”.
“Como somos um Governo que prima pelo respeito, pela lei, pelas instituições, sobretudo pela vida humana, permitimos que ele exercesse o seu direito e dever de cidadania”, indicou Pacheco.
Por seu turno, o deputado e chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse que a sua delegação se deslocou esta segunda-feira à mesa do diálogo, com vontade de "terminar com este assunto".
Porém, afirmou, “o ambiente não foi bom. O impasse continua e o Governo recusa-se a retirar as forças armadas em Gorongosa. Isso demonstra o plano do Governo de continuar com as ações militares contra o presidente Afonso Dhlakama para impedí-lo de sair e preparar-se para as eleições.”
Segundo Macuiane, manter efetivos do Exército em Gorongosa “não é um bom caminho para se resolver o problema”.
-0- PANA AIM/HT/MZ/IZ 26maio2014