Nove mortos em manifestações contra condenação de opositor no Senegal
Dakar, Senegal (PANA) - Nove pessoas morreram nas manifestações posteriores à condenação, quinta-feira, do opositor senegalês, Ousmane Sonko, a dois anos de prisão efetiva por "corrupção da juventude", anunciou no mesmo dia o ministro senegalês do Interior, Felix Antoine Diom.
Sonko foi sentenciado pela Câmara Criminal do Tribunal de Primeira Instância, segundo o governante citado pela imprensa local.
Dado como morto nas mesmas circunstâncias, um agente de polícia terá sido admitido, para cuidados médicos intensivos, num estabelecimento sanitário em Dakar, segundo a mesma fonte.
Houve igualmente vítimas registadas em Dakar e em Ziguinchor, cidade do sul do Senegal, e de que Sonko é o administrador.
Atos de violência afetaram várias outras cidades do país logo depois do anúncio do veredito da Câmara Criminal onde o opositor se recusou a comparecer para responder por acusações de "violação e ameaças de morte" movidas contra si por um jovem massagista, identificado como Adji Sarr.
Outre l'opposant, président du parti PASTEF, comparaissait également la propriétaire du salon de massage, Ndéye Khady Ndiaye, présente à l'audience.
Finalmente, o tribunal disqualificou as acusações de violação, mantendo apenas as de "corrupção da juventude" e condenando assim o tenaz opositor ao Presidente senegalês, Macky Sall, a dois anos de prisão efetiva, acrescidos de uma multa de 600.000 francos CFA (cerca de 1.200 dólares americanos).
Julgada no mesmo caso, Ndeye Khady Ndiaye, dona do salão de massagem onde funciona a jovem Adji Sarr, acusada de "incitação ao deboche.", deverá pagar junta e solidariamente com Sonko 20.000.000 francos CFA (cerca de 40.000 dólares americanos) de perdas e danos à queixosa.
Intervindo por sua vez, na tarde da mesma quinta-feira, o ministro senegalês da Justiça, Ismaela Madior Fall, anunciou que o opositor Ousmane Sonko podia ser detido a qualquer momento para cumprir a sua pena prisional.
A consequência maior da condenação de Ousmane Sonko pode torná-lo inelegível e comprometer a sua candidatura às eleições presidenciais agendadas para fevereiro de 2024, segundo observadores em Dakar.
Além desta sentença, o opositor já está sujeito a uma condenação a seis anos de prisão suspensa por "difamação" contra um membro do Governo senegalês, suscetível, se se mantiver, de hipotecar a sua candidatura ao mesmo escrutínio, indica-se em Dakar.
Estes cenários parecem abrir um período de incertezas no Senegal pois ninguém sabe ao certo aonde esta crise vai levar o país, dada à determinação dos extemistas duma ala da oposição agrupada no seio da coligação "Yewu Yewi" e a do Presidente Macky Sall determinada a "proteger a República."
Uma calma aparente nota-se esta sexta-feira após as violentas manifestações do dia anterior, constatou a PANA, alertanto no entanto que a situação pode de novo deteriorar-se se Ousmane Sonko for efetivamente detido.
-0- PANA JSG/DD 2junho2023