PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Nova sondagem reitera vitória do MPLA nas eleições gerais em Angola
Luanda, Angola (PANA) - Uma nova sondagem citada esta semana na imprensa angolana atribui vitória ao MPLA, atual partido no poder em Angola, com 38 porcento dos votos, à frente da UNITA, principal partido da oposição que obtém 32 porcento das intenções de voto nas eleições gerais de 23 deste mês.
Segundo o estudo alegadamente encomendado pela Presidência angolana, a CASA-CE (Coligação Ampla de Salvação de Angola), segunda maior força política da oposição no Parlamento cessante, mantém a terceira posição com 26 porcento.
Na cauda aparecem a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) e o PRS (Partido de Renovação Social) com apenas um porcento do eleitorado cada, enquanto a categoria “outros partidos” recebe dois porcento das atenções.
A sondagem teria sido realizada pela empresa brasileira Sensus, Pesquisa e Consultoria, nas 18 províncias do país, abrangendo nove mil e 155 indivíduos classificados como eleitores “com diferentes níveis de escolaridade e de diferentes classes sociais”.
Do universo de inquiridos, 91 porcento dos respondentes consideram que os dirigentes atuais, nos seus atos governativos, "apenas atribuem prioridade aos seus interesses pessoais, em detrimento dos interesses do Estado e da população".
A Sensus é decrita como uma empresa que tem prestado serviços à Presidência de José Eduardo dos Santos, bem como ao MPLA e à petrolífera nacional, Sonangol, desde 2012.
A sondagem apresenta uma margem de erro de quatro pontos percentuais, o que, segundo alguns observadores, coloca o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), numa posição potencialmente ainda mais próxima da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).
Nos termos da Constituição angolana, o Presidente da República e simultaneamente titular do poder executivo corresponde ao primeiro da lista de deputados da formação política mais votada nas eleições gerais, não sendo para o efeito exigida qualquer maioria absoluta.
Assim, ela permite, pelo menos formalmente, que um partido político sem maioria absoluta governe sem fazer alianças, perante uma oposição detentora da maioria dos assentos no Parlamento.
Porém, a confirmar-se os valores da sondagem, com 38 porcento dos votos, João Lourenço (candidato do MPLA) seria eleito Presidente da República e titular do poder Executivo, mas sem maioria no Parlamento, o que, segundo observadores, levantaria a questão da sua legitimidade política, poder de aprovação do Orçamento do Estado e outras propostas legislativas
Nas eleições anteriores, realizadas em 2012, o MPLA e o Presidente José Eduardo dos Santos venceram com 71,84 porcento, fazendo eleger 175 dos 220 deputados da atual legislatura.
Entre os principais fatores de descontentamento dos eleitores que estariam na origem dessa queda de popularidade do partido que governa Angola desde a sua independência em 1975, a Sensus aponta os efeitos da crise económica e os sucessivos escândalos de corrupção.
Na sua avaliação, “a crise económica que atualmente assola o país alargou a separação previamente existente entre os ricos e pobres, e a população é da opinião que a redistribuição é quase inexistente. A corrupção e o nepotismo continuam a ser os maiores fatores de preocupação”.
A este propósito, a Sensus destaca os escândalos de corrupção de altos funcionários do Estado como o Vice-Presidente Manuel Vicente e os generais Hélder Manuel Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, bem como o próprio Presidente Eduardo dos Santos, como a maior fonte de descontentamento dos eleitores.
“O declínio do serviço de saúde pública, a crescente onda de criminalidade e a crise económica que, por consequência, induziu um aumento significativo na inflação e no desemprego também pesou nos resultados da insatisfação da população com o Governo”, considera a Sensus.
Por outro lado, prossegue, as manobras do MPLA para continuar a impedir a realização das eleições autárquicas e a descentralização do poder politico “afetaram severamente a confiança no Governo”, ao mesmo tempo que "grande parte da população sente-se desassociada com os dirigentes".
"Os dados colhidos neste estudo revelam que, na sua grande maioria, (a população) acredita que o país não está no bom caminho. Este sentimento de desassociação, em grande parte reforçado pelos atos negativos dos políticos e pelos escândalos dos mesmos, tem surgido mais pela degradação dos alicerces essenciais da sociedade”, nota a pesquisa.
-0- PANA IZ 12ago2017
Segundo o estudo alegadamente encomendado pela Presidência angolana, a CASA-CE (Coligação Ampla de Salvação de Angola), segunda maior força política da oposição no Parlamento cessante, mantém a terceira posição com 26 porcento.
Na cauda aparecem a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) e o PRS (Partido de Renovação Social) com apenas um porcento do eleitorado cada, enquanto a categoria “outros partidos” recebe dois porcento das atenções.
A sondagem teria sido realizada pela empresa brasileira Sensus, Pesquisa e Consultoria, nas 18 províncias do país, abrangendo nove mil e 155 indivíduos classificados como eleitores “com diferentes níveis de escolaridade e de diferentes classes sociais”.
Do universo de inquiridos, 91 porcento dos respondentes consideram que os dirigentes atuais, nos seus atos governativos, "apenas atribuem prioridade aos seus interesses pessoais, em detrimento dos interesses do Estado e da população".
A Sensus é decrita como uma empresa que tem prestado serviços à Presidência de José Eduardo dos Santos, bem como ao MPLA e à petrolífera nacional, Sonangol, desde 2012.
A sondagem apresenta uma margem de erro de quatro pontos percentuais, o que, segundo alguns observadores, coloca o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), numa posição potencialmente ainda mais próxima da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).
Nos termos da Constituição angolana, o Presidente da República e simultaneamente titular do poder executivo corresponde ao primeiro da lista de deputados da formação política mais votada nas eleições gerais, não sendo para o efeito exigida qualquer maioria absoluta.
Assim, ela permite, pelo menos formalmente, que um partido político sem maioria absoluta governe sem fazer alianças, perante uma oposição detentora da maioria dos assentos no Parlamento.
Porém, a confirmar-se os valores da sondagem, com 38 porcento dos votos, João Lourenço (candidato do MPLA) seria eleito Presidente da República e titular do poder Executivo, mas sem maioria no Parlamento, o que, segundo observadores, levantaria a questão da sua legitimidade política, poder de aprovação do Orçamento do Estado e outras propostas legislativas
Nas eleições anteriores, realizadas em 2012, o MPLA e o Presidente José Eduardo dos Santos venceram com 71,84 porcento, fazendo eleger 175 dos 220 deputados da atual legislatura.
Entre os principais fatores de descontentamento dos eleitores que estariam na origem dessa queda de popularidade do partido que governa Angola desde a sua independência em 1975, a Sensus aponta os efeitos da crise económica e os sucessivos escândalos de corrupção.
Na sua avaliação, “a crise económica que atualmente assola o país alargou a separação previamente existente entre os ricos e pobres, e a população é da opinião que a redistribuição é quase inexistente. A corrupção e o nepotismo continuam a ser os maiores fatores de preocupação”.
A este propósito, a Sensus destaca os escândalos de corrupção de altos funcionários do Estado como o Vice-Presidente Manuel Vicente e os generais Hélder Manuel Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, bem como o próprio Presidente Eduardo dos Santos, como a maior fonte de descontentamento dos eleitores.
“O declínio do serviço de saúde pública, a crescente onda de criminalidade e a crise económica que, por consequência, induziu um aumento significativo na inflação e no desemprego também pesou nos resultados da insatisfação da população com o Governo”, considera a Sensus.
Por outro lado, prossegue, as manobras do MPLA para continuar a impedir a realização das eleições autárquicas e a descentralização do poder politico “afetaram severamente a confiança no Governo”, ao mesmo tempo que "grande parte da população sente-se desassociada com os dirigentes".
"Os dados colhidos neste estudo revelam que, na sua grande maioria, (a população) acredita que o país não está no bom caminho. Este sentimento de desassociação, em grande parte reforçado pelos atos negativos dos políticos e pelos escândalos dos mesmos, tem surgido mais pela degradação dos alicerces essenciais da sociedade”, nota a pesquisa.
-0- PANA IZ 12ago2017