PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Nova presidente de parlamentares da CEDEAO aposta na educação das raparigas
Praia, Cabo Verde (PANA) - A deputada cabo-verdiana Filomena Martins, eleita segunda-feira, em Abuja (Nigéria), para o cargo de presidente da Rede de Mulheres Parlamentares da África Ocidental (ECOFEPA, sigla em inglês), defendeu a tomada de "medidas urgentes" de política educativa e social que garantam o acesso à Educação das raparigas.
Segundo a parlamentar, as meninas são uma camada da população em que, no caso de alguns países da sub-região oeste-africana, a taxa de analfabetismo é superior aos 60 porcento, apurou a PANA, terça-feira, na cidade da Praia.
Em declarações à Radio de Cabo Verde, a deputada eleita pelo círculo eleitoral da ilha de São Vicente, nas listas do PAICV, principal partido da oposição no arquipélago, sublinhou que a aposta nas mais jovens vai, consequentemente, levar também “à capacitação e formação das mulheres, visando, gradualmente, romper com o perfil da pobreza, que teimosamente, se mantém feminino”.
A nova líder das mulheres parlamentares da Africa Ocidental indicou que outros desafios que a ECOFEPA vai ter de enfrentar nos próximos três em que estará à frente da rede se prendem com “o casamento prematuro e obrigatório” e as suas consequências do ponto de vista social e cultural, bem como a gravidez precoce e a ‘imposição naturalizada’ de uma poligamia, com a qual uma menina de 12 a 13 anos de idade não consegue lidar.
Filomena Martins considera também que a mutilação genital feminina, que, para ela, não é apenas uma questão cultural, mas igualmente, religiosa e económica, o trabalho infantil e o ser mulher num contexto de guerra são situações que vão merecer a sua atenção.
“Tudo isto culmina numa violência psicológica muito mais humilhante e degradante do que a física que, obviamente, também existe”, disse.
Neste sentido, ela destacou que a responsabilidade da rede de mulheres parlamentares ultrapassa a mera influência sobre os governos e os parlamentos nacionais dos países membros da CEDEAO.
A ECOFEPA pode fazer realizar missões aos Estados-Membros de forma autónoma ou em parceria com o Sistema das Nações Unidas (ONU-Mulheres), o Centro de Género da CEDEAO, sediado em Dakar (Senegal), e todas as demais redes e organismos internacionais, cuja ação incide sobre a mulher, constituindo equipas multinacionais e multidisciplinares, visando a agilização e concretização de uma ação mais eficiente e eficaz.
A tomada de posse da nova direção da rede acontece já na próxima semana, dia 10, e Filomena Martins estará à frente de um Bureau constituído ainda por mais quatro elementos.
A primeira vice-presidência fica com uma deputada do Burkina Faso e a segunda com uma senadora da Nigéria, enquanto a Secretaria Geral fica a cargo de uma parlamentar do Senegal, e a Tesouraria será ocupada por uma representante da Gâmbia.
A primeira ação deste novel bureau será em Cabo verde, em fevereiro próximo, na ilha do Sal que acolherá nessa altura uma sessão extraordinária do Parlamento da CEDEAO.
-0- PANA CS/IZ 05dez2018
Segundo a parlamentar, as meninas são uma camada da população em que, no caso de alguns países da sub-região oeste-africana, a taxa de analfabetismo é superior aos 60 porcento, apurou a PANA, terça-feira, na cidade da Praia.
Em declarações à Radio de Cabo Verde, a deputada eleita pelo círculo eleitoral da ilha de São Vicente, nas listas do PAICV, principal partido da oposição no arquipélago, sublinhou que a aposta nas mais jovens vai, consequentemente, levar também “à capacitação e formação das mulheres, visando, gradualmente, romper com o perfil da pobreza, que teimosamente, se mantém feminino”.
A nova líder das mulheres parlamentares da Africa Ocidental indicou que outros desafios que a ECOFEPA vai ter de enfrentar nos próximos três em que estará à frente da rede se prendem com “o casamento prematuro e obrigatório” e as suas consequências do ponto de vista social e cultural, bem como a gravidez precoce e a ‘imposição naturalizada’ de uma poligamia, com a qual uma menina de 12 a 13 anos de idade não consegue lidar.
Filomena Martins considera também que a mutilação genital feminina, que, para ela, não é apenas uma questão cultural, mas igualmente, religiosa e económica, o trabalho infantil e o ser mulher num contexto de guerra são situações que vão merecer a sua atenção.
“Tudo isto culmina numa violência psicológica muito mais humilhante e degradante do que a física que, obviamente, também existe”, disse.
Neste sentido, ela destacou que a responsabilidade da rede de mulheres parlamentares ultrapassa a mera influência sobre os governos e os parlamentos nacionais dos países membros da CEDEAO.
A ECOFEPA pode fazer realizar missões aos Estados-Membros de forma autónoma ou em parceria com o Sistema das Nações Unidas (ONU-Mulheres), o Centro de Género da CEDEAO, sediado em Dakar (Senegal), e todas as demais redes e organismos internacionais, cuja ação incide sobre a mulher, constituindo equipas multinacionais e multidisciplinares, visando a agilização e concretização de uma ação mais eficiente e eficaz.
A tomada de posse da nova direção da rede acontece já na próxima semana, dia 10, e Filomena Martins estará à frente de um Bureau constituído ainda por mais quatro elementos.
A primeira vice-presidência fica com uma deputada do Burkina Faso e a segunda com uma senadora da Nigéria, enquanto a Secretaria Geral fica a cargo de uma parlamentar do Senegal, e a Tesouraria será ocupada por uma representante da Gâmbia.
A primeira ação deste novel bureau será em Cabo verde, em fevereiro próximo, na ilha do Sal que acolherá nessa altura uma sessão extraordinária do Parlamento da CEDEAO.
-0- PANA CS/IZ 05dez2018