Agência Panafricana de Notícias

Nova Constituição abre nova era no Quénia, segundo Kibaki

Nairobi- Quénia (PANA) -- O Presidente do Quénia, Mwai Kibaki, disse sexta-feira que a nova Constituição adotada pelo país vai criar novas oportunidades económicas para a juventude queniana.
"Haverá mais oportunidades e uma economia mais forte, um Quénia novo onde todos os cidadãos terão uma vida digna.
É a promessa que veicula a nova Constituição", disse o Presidente após ter promulgado a nova Constituição numa cerimónia organizada na capital do país, Nairobi, na presença de vários dirigentes da região.
De acordo com Kibaki, o novo texto representa também a esperança de que cada Queniano poderá exprimir o seu potencial e aceitar que "somos um povo com culturas e línguas diversas".
O chefe de Estado queniano disse esperar que a nova Constituição vai propulsar o Quénia para uma era de crescimento social, político e económico mais rápido, e dar aos Quenianos a oportunidade de escolher melhores dirigentes.
"Hoje é um grande dia para o Quénia.
Saúdo todos os Quenianos.
Tenho orgulho de ser o vosso Presidente pois hoje é o dia mais importante da história do Quénia", disse Kibaki a uma multidão entusiasta.
"Votamos para mudar a nossa nação e entrar na segunda República.
Sou hoje o Presidente desta nova República.
Apus a minha assinatura para confirmar esta lei fundamental", prosseguiu o Presidente queniano.
Para ele, apesar da aplicação desta nova lei fundamental ser difícil, existem disposições claras para guiar a sua implementação.
"Substituímos a nossa Constituição em paz.
Esta Constituição deverá transformar o nosso país do ponto de vista político, económico e social.
As mudanças encaradas serão desafios no futuro, mas isto nos dá uma melhor oportunidade de enfrentar estes desafios", sustentou.
A cerimónia de promulgação da nova lei fundamental decorreu na presença de líderes da região como os Presidentes da União das Comores, Abdalla Sambi; do Sudão, Omar El Bashir; do Uganda, Yoweri Museveni; da Tanzânia, Jakaya Kikwete; e do Zanzibar, Abedi Karume.
O chefe de Estado do Ruanda, Paul Kagamé, e o presidente da União Africana, Jean Ping, também assistiram à cerimónia à semelhança dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, do Burundi, da Arábia Saudita, da Líbia e do Egito.
O antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que ajudou na formação do Governo de Coligação na sequência da violência pós-eleitoral de 2008; e os ex-Presidentes nigeriano, Olusegun Obasanjo, e do Gana, John Kufuo, honraram também a cerimónia com as suas presenças.
Na ocasião, o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, considerou, por seu turno, que esta oportunidade marca o fim de vários anos de "opressão política".
"Enfrentamos gases lacrimogéneos para chegar onde estamos hoje.
Nunca mais teremos regime opressor na história do nosso país", congratulou- se Odinga, antes de acrescentar que "os Quenianos despediram-se da ditadura ao adotar a nova Constituição".
Odinga homenageou o antigo resposnável máximo da ONU, considerando-o "verdadeiro amigo do Quénia".
A promulgação duma nova Constituição tornou-se numa prioridade absoluta do Governo queniano após a violência pós-eleitoral de 2008.